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Novas imagens do Hubble revelam estrelas em duas nebulosas jovens e agitadas

Por| 19 de Junho de 2020 às 14h46

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NASA/ESA/J. Kastner
NASA/ESA/J. Kastner

O Telescópio Espacial Hubble registrou novas imagens de duas nebulosas jovens, a NGC 6302 (apelidada de Nebulosa da Borboleta) e a NGC 7027. Elas são algumas das nebulosas planetárias conhecidas mais cheias de poeira, com massas de gás maiores que o normal. Por isso, são alvo de grande interesse de alguns cientistas.

Uma equipe de pesquisadores decidiu usar o Hubble para investigar melhor essa dupla de nebulosas planetárias (que, apesar do título, não estão relacionadas com a formação de planetas). Ali, estrelas perto do fim de suas vidas se transformam em redemoinhos gigantescos, irradiando jatos de gás quente, e os cientistas queriam analisar esses eventos em maiores detalhes.

A nebulosa NGC 6302 é peculiar porque exibe um padrão distinto em forma de S, visto em laranja avermelhado na imagem, formado por causa do gás soprado em alta velocidade por ventos estelar de alguma estrela. O "S" aparece apenas quando capturado pelo filtro da câmera Hubble que registra emissão no infravermelho próximo emitido por átomos de ferro ionizados. Essa emissão de ferro indica colisões energéticas entre ventos lentos e velozes, o que é mais comumente observado nos núcleos galácticos ativos e nos remanescentes de supernovas. É algo raro de se encontrar em nebulosas planetárias.

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Com o Hubble, a equipe pode observar níveis de complexidade sem precedentes e mudanças rápidas nos jatos e nas bolhas de gás que explodem das estrelas moribundas no centro de cada uma dessas nebulosas, e o Hubble está ajudando a equipe a compreender os mecanismos que movimentam esse caos. Embora o telescópio espacial já fotografado esses objetos antes, é a primeira vez que faz isso com o instrumento Wide Field Camera 3 em toda a sua faixa de comprimento de onda.

Isso resultou em imagens sob luz ultravioleta a infravermelho próximo. "Essas novas observações do Hubble com vários comprimentos de onda fornecem a visão mais abrangente até o momento dessas duas nebulosas espetaculares", disse Joel Kastner, do Instituto de Tecnologia de Rochester, em Rochester, Nova York, líder do novo estudo. "Ao baixar as imagens resultantes, me senti como uma criança em uma loja de doces".

Além de serem espetaculares, as imagens estão ajudando os pesquisadores a rastrear a história das ondas de choque, geradas quando ventos estelares atingem e varrem mais lentamente gás e poeira ejetados pela estrela em seu passado recente, gerando cavidades semelhantes a bolhas com paredes bem definidas.

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Aparentemente, no centro de cada nebulosa havia duas estrelas orbitando entre si. A evidência para esse sistema binário está nas formas bizarras dessas nebulosas. Cada uma delas tem uma espécie de “cintura” e lóbulos, além de outros padrões simétricos mais complexos. Uma teoria para a geração dessas estruturas é que uma das estrelas do suposto sistema binário perde massa. As duas estrelas orbitam uma à outra o suficiente para que interajam, produzindo um disco de gás em torno de uma ou de ambas as estrelas. O disco lança jatos que inflam os lóbulos.

Outra hipótese é que a estrela menor do sistema binário pode se fundir com sua companheira, o que também pode gerar jatos oscilantes, formando as saídas de gás em dois polos simétricos. O problema nessas teorias, no entanto, é que as possíveis estrelas companheiras nessas nebulosas não foram diretamente observadas, talvez porque já foram engolidas por estrelas gigantes vermelhas muito maiores e mais brilhantes.

Fonte: NASA