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Neblina azulada de Plutão é finalmente decifrada; veja do que ela é feita

Por| 20 de Janeiro de 2021 às 10h45

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NASA/JHUAPL/SwRI
NASA/JHUAPL/SwRI

Quando a sonda New Horizons se aproximou de Plutão em 2015, capturou imagens revelando que o planeta anão está coberto por uma névoa, deixando os astrônomos intrigados em relação à composição daquela atmosfera. Agora, um novo estudo revela que essa névoa é composta por gelo e cianeto.

Claro, houve pesquisas anteriores com algumas pistas sobre a faixa azulada que vemos nas imagens de Plutão. Por exemplo, inicialmente os astrônomos cogitaram que essa névoa deveria ser semelhante às existentes em outros mundos, como Titã e Tritão (luas de Saturno e Netuno, respectivamente), pois todos esses objetos são gelados com atmosferas ricas em nitrogênio, metano e monóxido de carbono.

A névoa de Titã, segundo outros estudos, é resultado de raios ultravioleta do Sol desencadeando reações químicas na atmosfera superior. Esses raios invisíveis criaram compostos orgânicos simples, que por sua vez ajudaram a formar moléculas orgânicas cada vez maiores e mais complexas. Acontece que este não é o caso de Plutão, ao contrário do que se imaginava. Aliás, este também não deve ser o caso de Tritão.

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Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores usaram simulações de computador que fazem cálculos baseados na física já conhecida pela ciência. Essas simulações mostraram que se essas reações químicas que ocorrem em Titã acontecessem em Plutão, seria produzida apenas cerca de metade das partículas de neblina que parece haver por lá. O motivo disso é o fato de que o planeta anão é 80 graus Celsius mais frio do que Titã, o que faz com que sua química atmosférica seja mais lenta.

O processo que ocorre em Plutão também é desencadeado pela luz do Sol, mas as reações químicas na atmosfera são diferentes. Ali, se formam compostos simples como o cianeto de hidrogênio — molécula composta de um átomo de hidrogênio, um de carbono e um de nitrogênio. Essa molécula é capaz de congelar, produzindo partículas de gelo microscópicas que, então, são revestidas por outros gases em processo de condensação.

Ou seja, a neblina é resultado de partículas semelhantes a uma noz: o fruto no interior são as moléculas congeladas de cianeto de hidrogênio, enquanto a casca são os gases que se condensaram ao redor delas. Tudo isso também foi reproduzido em um modelo de computador, mas dessa vez o resultado foi uma quantidade e distribuição de neblina bem próxima das observadas em Plutão. Além disso, a equipe deste novo estudo, publicado na revista Nature Astronomy, afirma que o papel da névoa no controle de temperatura atmosférica do planeta anão é menor que se cogitava antes.

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Ah, mencionamos que a névoa de Tritão também deve ser diferente daquela encontrada em Titã, certo? Os autores do estudo também observaram que a lua de Netuno possui uma atmosfera ainda mais fria do que a de Plutão. Eles estão perceberam que a névoa em Tritão também deve ser ainda mais gelada. Para Panayotis Lavvas, autor da pesquisa, “esta comparação de Titã, Plutão e Tritão revela importantes diferenças nos mecanismos de formação de neblina nas atmosferas planetárias”.

Fonte: Space.com