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Espaçonave japonesa Hayabusa 2 encontra asteroide em forma de diamante

Por| 27 de Junho de 2018 às 17h58

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Jaxa/Akihiro Ikeshita
Jaxa/Akihiro Ikeshita

Após uma longa jornada de cerca de quatro anos, a sonda espacial Hayabusa 2 chegou recentemente ao seu destino: um asteroide de dimensões curiosas, semelhante a um diamante, que já foi batizado de “Ryugu”. O objetivo agora é coletar amostras do imenso pedregulho, trazendo-os posteriormente para a Terra, a fim de que sejam analisados pelo Instituto de Ciência Astronáutica e Espacial do Japão (ISAS, na sigla em inglês).

Conforme revelou em entrevista à BBC o responsável pela missão, Dr. Makoto Yoshikawa, o estudo deve se iniciar por uma análise superficial. “Inicialmente, nós vamos estudar cuidadosamente as características da superfície”, disse Yoshikawa ao referido site. “Em seguida, nós vamos fazer um touch down – o que significa coletar materiais da superfície.”

Posteriormente, a equipe do ISAS pretende utilizar explosivos para disparar um projétil para o interior de Ryugu. A ideia é conseguir amostras de solo mais próximas do centro do corpo espacial. O “impactor”, como é chamado, consiste em uma sonda de cobre que deve produzir uma cratera no asteroide. “Então a nossa espaçonave tentará alcançar a cratera, a fim de recolher os materiais de subsuperfície”, explicou o cientista. “Mas esse será um desafio realmente grande.” Essa próxima fase deve ocorrer em meados de 2019.

Por que o Ryugu?

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De maneira geral, os asteroides atraem o interesse científico por permitirem vislumbres sobre a formação e a evolução do cosmos. Afinal, trata-se de rescaldos que remontam às origens do nosso Sistema Solar, formado há aproximadamente 4,6 bilhões de anos. Pode haver ali, por exemplo, indícios sobre o surgimento da vida na Terra – além de metais preciosos, de forma que o interesse também seja econômico.

Mas há algo de diferente em Ryugu. Basicamente, o formato do asteroide não condiz com o movimento observado pela equipe do ISAS. Conforme explicou o Dr. Yoshikawa à BBC, asteroides com semelhante formato angulado normalmente apresentam um período de revolução (rotação em torno do próprio eixo) mais curto – alto em torno de três ou quatro horas. No caso do Ryugu, entretanto, são 7,5 horas.

“Vários cientistas no nosso projeto acreditam que a rotação no passado era mais rápida, tendo sido desacelerada [de alguma forma]”, diz o cientista. “Nós não sabemos por que ele desacelerou, mas essa é uma questão muito interessante.” Além disso, o Ryugu é um asteroide do tipo “C”, padrão relativamente primitivo e, via de regra, rico em elementos orgânicos e minerais hidratados – o que confere ainda mais interesse científico ao corpo.

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As respostas do ISAS devem retornar à Terra, juntamente com a Hayabusa 2, em algum momento de 2020, depois de passar aproximadamente um ano e meio investigando o Ryugu. O processo deve incluir ainda o envio de diversas sondas, além de um veículo de superfície.

Fonte: BBC Science