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NASA quer comprar amostras lunares que serão coletadas por empresas privadas

Por| 10 de Setembro de 2020 às 17h30

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CNSA/CLEP
CNSA/CLEP
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Nesta quinta-feira (10), a NASA avançou mais um pouco em seus planos de explorar a lua em parceria com empresas privadas. A agência espacial dos Estados Unidos revelou que está aceitando propostas de empresas privadas que se disponham a coletar amostras da superfície lunar, para comprá-las em seguida — como uma forma de normalizar e estimular a extração e venda de recursos lunares. As empresas que conseguirem buscar o material poderão receber até U$ 25 mil.

A ideia é que empresas (tanto estadunidenses quanto estrangeiras) coletem amostras de 50g a 500g de material e realizem a transferência da posse das amostras ainda em solo lunar. Não vai bastar ter apenas as amostras, pois a agência pede também que as empresas enviem dados e imagens para comprovar a coleta e, se forem satisfatórias, aí sim receberão o valor. Em algum momento, a NASA irá recolher as amostras na própria Lua e enviá-las de volta à Terra — e, se tudo correr bem, isso deverá acontecer antes de 2024, que é quando a agência espacial pretende levar a primeira mulher e o próximo homem à Lua por meio do programa Artemis.

As empresas poderão receber uma pequena parcela do valor adiantado, enquanto o restante será pago após o preparo da amostra para trazê-la para a Terra. Tudo isso pode parecer pouco perto dos milhões envolvidos em qualquer missão espacial, mas é importante ter em mente que, na verdade, a NASA está dando o primeiro passo para criar uma espécie de mercado na Lua. Durante a edição online da Secure World Foundation's Summit for Space Sustainability, Jim Bridenstine, administrador da agência, explicou que "vamos comprar um pouco de solo lunar para demonstrar que é possível”. Assim, no futuro, a ideia é realizar negócios das amostras entre indivíduos e até países.

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Recentemente, o governo de Donald Trump emitiu uma ordem executiva que, em linhas gerais, incentiva que empresas e parceiros internacionais utilizem os recursos que coletaram do espaço e, além disso, a NASA criou o Artemis Accords, um guia de diretrizes para os países que querem explorar a Lua e seus recursos. Ainda, existe também o acordo internacional Outer Space Treaty, do qual os Estados Unidos fazem parte desde 1967 e que não permite que nenhum país declare que a Lua faz parte do seu território. Entretanto, os Estados Unidos parecem pensar um pouco diferente, de modo que o que foi extraído pertenceria ao responsável pela coleta.

De certa forma, a NASA está reforçando este posicionamento. Apesar das críticas que surgiram sobre a iniciativa, é esperado que a agência espacial estadunidense tenha interesse em utilizar recursos como parte do programa Artemis: a ideia é levar astronautas para a Lua de forma sustentável com presença de longo prazo, de modo que utilizar os recursos lunares já está nos planos — principalmente para que a NASA não precise enviar da Terra absolutamente tudo que os astronautas precisarem usar por lá.

Fonte: The Verge, Space.com