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NASA faz primeiros testes com "cão-robô" que explorará as cavernas de Marte

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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Boston Dynamics
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Cavernas de outros mundos, como as de Marte, são consideradas regiões com grande potencial de abrigar sinais de vida, pois, no subsolo, esses possíveis rastros estão protegidos da radiação solar. No entanto, explorar esses ambientes é um grande desafio. No ano passado, pesquisadores da NASA apresentaram o uso do “cão-robô” Spot na exploração espacial, um robô de quatro patas da Boston Dynamics que conta com inteligência artificial e é capaz de lidar com os mais variados terrenos. Agora, o projeto BRAILLE (Biologic and Resource Analog Investigations in Low Light Environments), da agência espacial norte-americana, explora cavernas da Terra semelhantes às observadas no Planeta Vermelho, com o objetivo de aprimorar esta que pode ser uma tecnologia fundamental para as missões futuras.

A Boston Dynamics desenvolveu o robô totalmente autônomo, capaz de lidar com os terrenos e acidentes geológicos dos mais variados. Dessa maneira, as possibilidades de exploração de outros mundos se amplia, pois o robô de quatro patas consegue alcançar lugares de difícil acesso, como as cavernas. O projeto BRAILLE busca investigar e quantificar a diversidade geológica e biológica em tubos de lava a medida que desenvolve estratégias de exploração nos mais diferentes cenários.

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O robô Spot conta com a ajuda da IA chamada Nebula para processar informações e tomar decisões enquanto explora as cavernas do Lava Beds National Monument, uma das maiores coleções de tubos de lava semelhantes a Marte localizado na América do Norte. Enquanto os robôs exploram esses ambientes sem qualquer informação prévia, a equipe de pesquisadores ao lado de fora da caverna, simultaneamente, executa as ações que os cientistas adotariam durante uma missão real em Marte.

O líder do projeto, Ali Agha, diz que esta tecnologia pode mudar fundamentalmente a forma como pensamos as futuras missões. No entanto, o maior interesse dos pesquisadores é explorar as cavernas marcianas como possíveis abrigos naturais para futuros astronautas que forem explorar locais como Marte ou a Lua. "Particularmente, os robôs podem ser enviados em missões precursoras para fornecer mais informações sobre o destino antes que os humanos pousem nesses destinos”, aponta Agha. Mas, como projetar um robô para o Planeta Vermelha sob as condições da Terra?

Sobre o "cérebro" do Spot, Agha explica que a NeBula garanta a capacidade de processar informações e tomar decisões autônomas. Entretanto, o corpo do robô precisar lidar com desafios como as variações de temperatura, radiação solar, bem como severas restrições de potência e energia. O projetista também diz ser incrível ver como a tecnologia reage com sucesso às decisões e comandos de alto nível enviados pela IA, além de manter a estabilidade em terrenos extremos e acidentados. Enquanto o cão-robô explora o subsolo, os cientistas aguardam seu retorno, quando finalmente terão acesso aos dados, como mapas 3D do interior da caverna e informações sobre possíveis alvos científicos.

A capacidade de um robô andar é um grande trunfo para lidar com terrenos irregulares, aponta Agha. Ele também relata que existem diferentes robôs móveis capazes de carregar diferentes instrumentos, e alguns deles são equipados com braços para recolher pequenas amostras das paredes das cavernas. "Os corpos de robôs de próxima geração e as capacidades de locomoção mecânica permitiriam novos tipos de missões em terrenos que de outra forma seriam inacessíveis por rovers tradicionais", acrescenta.

Abaixo, confira a performance do cão-robô durante seus primeiros testes nos tubos de lava na Terra, o que faz parte do estudo vislumbrando a exploração de Marte:

Fonte: CBS News