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NASA explica por que encerrou prematuramente teste com motores do foguete SLS

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Reprodução/NASA
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Neste final de semana, foi realizado um teste de grande importância para o programa Artemis, que tem o objetivo de levar astronautas outra vez para a Lua em um cronograma ambicioso: durante o procedimento, foram ativados os quatro motores do poderoso foguete Space Launch System (SLS), mas o teste acabou encerrado subitamente. Agora, os oficiais da NASA revelaram que a causa foi um parâmetro que se mostrou fora dos limites no sistema hidráulico do motor.

Ocorreram várias mudanças no cronograma do procedimento, mas, no fim, a ignição dos motores foi iniciada no final da tarde. Entretanto, cerca de 60 segundos depois, o procedimento foi encerrado. Enquanto estiveram ativados, os motores alcançaram a potência máxima e geraram 1,6 milhão de libras de empuxo, e foram abastecidos com mais de 700 mil galões de hidrogênio e oxigênio líquido. Com a análise dos dados, a equipe determinou que, na verdade, o desligamento foi causado por parâmetros de teste que são conservadores de propósito, para garantir a segurança do estágio central do foguete.

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Segundo informações da NASA, o sistema hidráulico associado à unidade de energia do estágio excedeu os limites estabelecidos, o que fez com que os computadores de voo encerrassem o teste automaticamente, conforme era esperado da programação deles. Jim Brindestine, administrador da NASA, explicou que o teste era bastante dinâmico e havia vários procedimentos ocorrendo juntos: "havia uma medida no sistema hidráulico que saiu dos parâmetros e enviou o sinal para desligar os quatro motores", disse. "O parâmetro foi testado, e não era algo que pudesse ser medido nem no voo".

As primeiras especulações após a interrupção sugeriram que, na verdade, havia ocorrido uma falha em um motor, mas a NASA esclareceu que a leitura relacionada ao componente não teve relação com o encerramento do teste: "a seção dos motores está em bom estado", disse Bridenstine, reforçando também que o estágio central do foguete também parece bem e que as coberturas térmicas apresentaram algum desgaste, mas nada fora do comum. Ainda segundo a agência espacial, se o problema tivesse ocorrido durante o voo propriamente dito, o foguete teria continuado se deslocando com o apoio dos das Unidades de Energia Auxiliar do Estágio Central (CAPU) para fornecer o empuxo necessário aos motores. Por fim, a NASA relatou que o desligamento de um CAPU e transferência da energia para os restantes foi demonstrada com sucesso.

Um longo caminho

Idealizado em 2011, o SLS terá papel importantíssimo no programa Artemis, que deverá levar humanos para a Lua outra vez a partir de 2024. O foguete vai lançar a cápsula tripulável Orion para a Lua, em cuja órbita a NASA planeja construir a estação Gateway, que será uma espécie de ponto de apoio para tripulações viajando da Terra para nosso satélite natural. De acordo com o planejamento do programa Artemis, a missão Artemis 1 irá lançar a cápsula com destino à Lua ainda sem tripulação neste ano, e humanos devem fazer parte da viagem de 2024 em diante.

Embora o SLS seja novo, seus motores são os mesmos que foram usados nos ônibus espaciais — tanto que dois deles estiveram no último voo do programa, em 2011. Mas, para o Artemis, os principais motores foram renovados e atualizados. Além disso, o estágio do propulsor foi montado no mesmo estande onde o foguete Saturn V, da era Apollo, foi testado. Assim, os componentes do SLS vêm passando por testes há alguns anos, e o objetivo principal do procedimento desta vez era garantir que o foguete seria capaz de levar a cápsula para seu destino.

Os engenheiros estão satisfeitos com os dados coletados durante o teste deste fim de semana e, agora, é possível que os gerentes decidam levar o estágio do SLS para os preparativos do lançamento no Kennedy Space Center, sem realizar o procedimento outra vez. Se isso realmente acontecer, pode ser que o teste de voo do SLS realmente aconteça antes do final deste ano, já que não se sabe se o desfecho do teste poderá impactar o cronograma. Bridenstine ressaltou que o importante foi ser possível coletar dados suficientes para que as pessoas se sintam confortáveis com o lançamento: "lembrem-se, o primeiro lançamento não será tripulado, então podemos aceitar algum risco que, normalmente, não aceitaríamos", declarou, destacando que, se algo correr errado, haverá atrasos significativos. Por isso, ainda há várias decisões pela frente.

Fonte: NY Times, Space.com, SpaceflightNow