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Missão Gaia encontra novas estrelas e possíveis lentes gravitacionais

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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ESA
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A Agência Espacial Europeia (ESA) publicou um novo conjunto de dados sobre nossa galáxia e além, obtidos pela missão Gaia. Entre algumas das descobertas, estão a identificação de meio milhão de estrelas em um aglomerado estelar, que vão permitir que os astrônomos estudem a estrutura dele, a distribuição e movimento delas e mais.

Para preencher as lacunas nos mapas dos aglomerados estelares, a equipe da Gaia decidiu usar os instrumentos do telescópio para estudar Omega Centauri, o maior aglomerado estelar visível da Terra. Em suas observações, a Gaia usou um modo especial que permitiu mapear uma área mais ampla do céu cercando o núcleo do aglomerado.

Desta forma, os astrônomos descobriram mais de meio milhão de estrelas ali que, até então, não haviam sido observadas. “Nossos dados nos permitiram detectar estrelas que estão próximas demais para serem medidas apropriadamente com os recursos comuns”, explicou Alexey Mints, coautor de um dos novos estudos que relata as descobertas.

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Além das estrelas, o Gaia encontrou centenas de lentes gravitacionais candidatas. “Graças ao Gaia, descobrimos que alguns dos objetos que vimos não são simples estrelas, apesar de se parecerem com elas”, acrescentou Christine Ducourant, membro da equipe. Na verdade, estes objetos são quasares (núcleos galácticos energéticos alimentados por buracos negros) distantes, mais brilhantes graças às lentes gravitacionais.

As 381 lentes gravitacionais candidatas foram encontradas a partir de uma longa lista de possíveis quasares. Cinco delas são possíveis cruzes de Einstein, nome dado a lentes raras que formam quatro imagens, lembrando o formato de uma cruz. Segundo os autores, os novos dados tornam a Gaia a primeira missão que conseguiu mapear lentes gravitacionais em alta resolução.

O satélite também teve tempo para observar o espaço próximo do nosso planeta, revelando alguns dos objetos diversos e misteriosos por aqui. A Gaia encontrou mais de 156 mil novos asteroides em seu conjunto de dados DR3, e os dados do DR4 vão adicionar cometas, satélites planetários e outros objetos.

A Gaia encontrou ainda sinais fracos na luz das estrelas, que indicam vestígios do gás e poeira que flutuam no meio interestelar. Ainda não se sabe exatamente a origem deles, mas os cientistas suspeitam que tenham relação com moléculas orgânicas complexas. Por fim, a Gaia revelou as dinâmicas de estrelas gigantes vermelhas binárias, formando a maior base de dados de objetos desse tipo.

A missão Gaia

Lançado em dezembro de 2013, o satélite Gaia está mapeando a Via Láctea de forma altamente detalhada, criando um censo estelar extremamente preciso. Desta forma, a missão está criando uma imagem detalhada do universo e dos objetos nele.

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Quando a ESA publicou a DR3, a leva anterior de dados do satélite, revelou o levantamento mais detalhado já feito da Via Láctea. O DR3 tinha detalhes novos e melhorados de quase dois bilhões de estrelas em nossa galáxia, incluindo ainda os dois maiores catálogos de estrelas binárias, milhares de objetos do Sistema Solar e mais.

Já o DR4 deve ser publicado em 2025, e promete melhorar ainda mais a compreensão que temos da Via Láctea. A expectativa é que estes novos dados refinem os conhecimentos das cores das estrelas, suas posições e movimentos, identifique quasares e galáxias, aponte exoplanetas candidatos, entre outros objetivos.

Fonte: ESA