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Micro-rovers podem ser a solução para explorar formações profundas na Lua

Por| 30 de Novembro de 2020 às 15h40

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Reprodução/William Whittaker/Carnegie Mellon
Reprodução/William Whittaker/Carnegie Mellon

A superfície da Lua é marcada por abismos que, talvez, estejam conectados com tubos de lava formados em nosso satélite natural. Para explorar estas formações, William “Red” Whittaker, professor da Carnegie Mellon University, vem trabalhando no PitRover, projeto de robô de vida curta que seria capaz de explorar o que as profundezas lunares guardam. Agora, ele traz atualizações sobre o andamento do projeto.

Pode ser que a exploração destes abismos desafiadores — também chamados de “claraboias” — não esteja tão distante. Whittaker, que também atua no projeto do rover MoonRanger, é pioneiro em projetos de design de robôs para exploração fora da Terra, e declarou ao portal Space.com que já foi feito um progresso significativo no trabalho deste robô. As novidades foram apresentadas durante uma reunião virtual do programa NASA Innovative Advanced Concepts (NIAC), que forneceu apoio à investigação da equipe para trabalhar em projetos de robôs móveis que sejam capazes de explorar ambientes subterrâneos em outros mundos.

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Para ele, estes abismos são janelas para grandes conhecimentos tanto no interior lunar quanto abaixo em sua superfície: “a exploração dos abismos com micro-rovers é viável financeiramente e em um futuro próximo”, diz. Para isso, Whittaker e seus colegas vêm trabalhando no PitRanger, protótipo de um mini robô lunar que não pesaria mais do que 15 kg e se deslocaria à velocidade de 2,5 centímetros por segundo.

O PitRanger teve seu design e capacidades estabelecidos com base em um abismo na Terra: eles tomaram como base um modelo feito a partir de 10 mil imagens de diferentes perspectivas e localidades do deserto West Desert Sinkhole, em Utah. Essa formação tem profundidade de quase 100 metros, e sua extensão chega aos 75 metros. Assim, o PitRanger está equipado com câmera de telefotos e uma unidade panorâmica na parte superior do seu painel solar e, além disso, ele conta com um mecanismo de inclinação do painel para mirar a câmera na direção do abismo.

Whittaker explica que rovers que vão se aventurar em missões de exploração de abismos lunares têm, necessariamente, que ser diferentes de seus antecessores: “o plano é estudar o abismo com um micro-rover, coletar imagens das paredes, do interior, da caverna e depois gerar modelos", comentou. Para isso, será essencial que o rover seja autônomo, já que não será possível contar com transmissões de rádio diretas para a Terra, e o robô terá que ter sucesso em um só período de luz na Lua por precisar da energia solar. Como os dias e as noites lunares duram cerca de 14 dias terrestres, "o rover terá apenas 12 dias, e não 12 anos, para completar sua missão".

O pequeno rover lunar estaria preparado com softwares para processar as imagens feitas dos abismos, e depois iria transferir os dados para que o lander realize as modelagens. Este seria um trabalho feito repetidamente, de modo que o rover teria que voltar ao abismo várias vezes para coletar mais medidas e imagens. Então, a equipe espera obter um modelo 3D, fiel e de alta qualidade dos abismos lunares, e o resultado do trabalho iria produzir perfis bem próximos do real: “as paredes dos abismos são oportunidades únicas para observarmos a vulcanologia, morfologia e muito mais”, diz. Para Whittaker, as cavernas lunares, se acessíveis, podem ser excelentes proteções contra a radiação, temperaturas extremas e impactos de micrometeoritos.

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Fonte: Space.com