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Marte pode ter dezenas de lagos subterrâneos no polo sul, aponta estudo

Por| Editado por Patricia Gnipper | 28 de Junho de 2021 às 16h30

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ESA/DLR/FU Berlin/Bill Dunford
ESA/DLR/FU Berlin/Bill Dunford

Em 2018, foi detectado o que parecia ser um grande lago subterrâneo e líquido no polo sul de Marte, graças aos dados do orbitador Mars Express, da Agência Espacial Europeia (ESA) — e, desde então, outras observações deste tipo foram anunciadas. Agora, em um novo artigo publicado na Geophysical Research Letters, pesquisadores descrevem a descoberta de dezenas desses lagos abaixo da superfície nessa região, mas muitos estão em áreas que não permitiriam a presença de água líquida. Se for água, o que esta impedindo que ela congele? Se não, o que então acontece ali? É os que os cientistas procuram entender.

O lago descoberto em 2018 tem um tamanho estimado de 19 km de largura, localizado a 1,6 km da superfície fria e seca de Marte. A equipe que liderou o estudo continuou nesse caminho e, através do radar e altímetro Mars Advanced Radar for Subsurface and Ionospheric Sounding (MARSIS), a bordo do Mars Express, ela analisou as áreas ao redor do aparente lago. No ano passado, os pesquisadores anunciaram evidências de mais três lagos subterrâneos, cada um com até 10 km de largura.

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As descobertas recentes foram realizadas por uma nova equipe, que se aprofundou nos dados obtidos ao longo dos últimos 15 anos pela MARSIS. Aditya Khuller, doutorando na Arizona State University e co-autor do artigo, ao lado de Jeffrey Plaut, co-investigador do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL), da NASA, analisaram 44 mil observações do polo sul marciano e encontraram dezenas de reflexos de radar semelhantes aos quatro que foram interpretados como lagos anteriormente.

Acontece que boa parte desses sinais foram detectados a distâncias muito próximas da superfície, em lugares que seriam frios demais para manter a água líquida — ou a suposta água salobra que existe no subsolo marciano. "Ou a água líquida é comum abaixo do polo sul de Marte, ou esses sinais são indicativos de outra coisa", explica Plaut. Então o que estaria impedindo que tantos lagos — isto é, se realmente estes dados indicam a presença de lagos — próximos à superfície congelassem?

Para Khuller, o vulcanismo poderia ser uma possibilidade. "No entanto, não vimos nenhuma evidência forte de vulcanismo recente no polo sul, então parece improvável que a atividade vulcânica permitiria a presença de água líquida subterrânea em toda a região", acrescenta.

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Por enquanto, a equipe não é capaz de explicar o que exatamente os reflexos do MARSIS significam, mas eles acreditam que os novos resultados não permanecerão como um mistério por muito tempo. "Nosso mapeamento nos deixa alguns passos mais perto de compreender a extensão e a causa dessas reflexões de radar intrigantes", ressalta Plaut. O artigo foi publicado em 13 de junho deste ano na Geophysical Research Letters.

Fonte: Space.com, JPL