Mais um estudo sugere que asteroide "vizinho" da Terra veio da Lua
Por Danielle Cassita • Editado por Patricia Gnipper |

A órbita do asteroide Kamo'oalewa parece indicar que ele é um pedaço perdido da Lua. A conclusão vem de um novo estudo liderado por Jose Daniel Castro-Cisneros, da Universidade do Arizona, em que ele e os demais autores analisaram as características orbitais da rocha para tentar entender suas origens.
Descoberto em 2016, Kamo'oalewa é um asteroide com cerca de 50 metros de diâmetro e tem órbita que o mantém perto da Terra, sendo um "quase satélite" do nosso planeta. Ele intriga cientistas e não é sem motivo: a órbita de Kamo'oalewa muda com o tempo e, mesmo assim, ele permanece próximo da Terra. Ainda, o objeto reflete a luz da mesma forma que a Lua, em função dos silicatos em sua estrutura.
Um estudo publicado em 2021 sugeriu que o Kamo'oalewa seria um pedaço do nosso satélite natural, ejetado após um impacto de um meteoroide no passado. Então, para tentar descobrir se o asteroide realmente pode ser um fragmento “expulso” da Lua, a equipe trabalhou com modelos computacionais que representavam partículas ejetadas da superfície lunar após colisões.
As simulações mostraram que a maioria das partículas deixa a região próxima da Terra e da Lua e, depois, começa a orbitar o Sol, enquanto algumas entram em órbita seguindo uma trajetória parecida com a do Kamo'oalewa. Eles descobriram uma característica comum em meio àquelas que imitam o comportamento do asteroide: a velocidade com que foram lançadas ao espaço.
Eles também analisaram a inclinação das partículas em relação à eclíptica (o plano imaginário da órbita da Terra ao redor do Sol). Enquanto o Kamo'oalewa tem inclinação de 8º, grande parte das partículas das simulações tinha inclinação entre 1º e 3º, sendo que algumas alcançaram inclinações similares à do asteroide.
Se confirmarem que o Kamo'oalewa é, de fato, um pedaço perdido da Lua, ele se tornará um objeto ainda mais importante cientificamente. “Ele seria o primeiro [do tipo], e seria de grande interesse para estudos cosmoquímicos enquanto uma amostra de material lunar antigo”, observaram os autores.
O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature Communications Earth & Environment.
Fonte: Nature Communications Earth & Environment; Via: Universe Today