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Magnetar contraria possível origem de rajadas rápidas de rádio

Por| Editado por Luciana Zaramela | 11 de Abril de 2024 às 14h27

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Gregory Desvignes/MPIfR
Gregory Desvignes/MPIfR

Um magnetar bem conhecido pelos astrônomos apresentou um comportamento que pode mudar as suposições atuais sobre as misteriosas rajadas rápidas de rádio repetitivas. Segundo um estudo, o objeto apresenta um movimento de precessão variável que altera a direção de seus feixes de energia.

Os magnetares são um tipo de estrela de nêutrons com campos magnéticos extremamente poderosos — os mais fortes do universo, daí o nome. Eles também podem emitir raios X, raios gama e rádio, sendo assim um dos principais candidatos a emissores das rajadas rápidas de rádio (FRB).

Localizado a 12.000 anos-luz da Terra, ou seja, dentro da Via Láctea, o magnetar XTE J1810-197 foi o primeiro a ser detectado com emissões de pulsos de ondas de rádio, ficando ativo de 2003 a 2008 e encerrando esse tipo de atividade durante dez anos.

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Em dezembro de 2019, o magnetar voltou a emitir ondas de rádio, chamando novamente a atenção dos astrônomos. Seus dados foram então utilizados para determinar se, afinal, os magnetares realmente são as fontes das rajadas rápidas de rádio.

As FRBs liberam mais energia em um milissegundo do que o Sol em três dias, mas ainda não há uma hipótese que explique todas elas de uma só vez. Agora, com o novo estudo, os magnetares ficam ainda mais distantes de cumprir esse papel.

De acordo com os autores da pesquisa, o XTE J1810-197 apresenta variações sistemáticas nas propriedades da luz de rádio, revelando uma mudança na orientação do feixe de rádio do magnetar em relação à Terra.

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Este efeito foi atribuído à precessão, o mesmo tipo de movimento que faz a Terra girar de modo semelhante a um pião, resultando nas estações do ano. No caso do magnetar, a precessão diminuiu em poucos meses e desapareceu.

O desaparecimento da precessão contradiz modelos que descrevem como magnetares em precessão poderiam criar as rajadas rápidas de rádio repetitivas. Por outro lado, estudos aprofundados desse movimento no magnetar podem melhorar a compreensão dos cientistas sobre a estrutura interna das estrelas de nêutrons, que ainda é pouco conhecida.

A pesquisa foi publicada na revista Nature Astronomy.

Fonte: Nature Astronomy, Observatório Astronômico de Estrasburgo