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Luz de estrelas da Via Láctea indica detalhes de galáxias engolidas no passado

Por| Editado por Patricia Gnipper | 24 de Fevereiro de 2022 às 17h00

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Reprodução/Jacub Gomez/Pixabay
Reprodução/Jacub Gomez/Pixabay

A análise da luz de 600 mil estrelas revelou quais delas foram formadas na Via Láctea e quais têm outras origens. A descoberta foi feita através de um novo estudo liderado por Sven Buder, astrofísico da Australian National University, e pode ajudar os cientistas a descobrir mais sobre as origens dos elementos que, juntos, ajudaram a formar a galáxia que conhecemos hoje.

Buder explica que a Via Láctea engoliu várias galáxias menores, mas, até então, não havia evidências suficientes para afirmar isso com certeza. “É que as imagens simples das estrelas na Via Láctea parecem, essencialmente, iguais — ou seja, se nasceram dentro da galáxia ou fora dela, e depois se misturaram com a Via Láctea”, explicou.

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Por algum tempo, os dados da missão Gaia, da Agência Espacial Europeia (ESA), mostraram que o movimento das estrelas indicava vários grupos vindos de outros lugares — inclusive, alguns deles se moviam em direções diferentes dos demais, sugerindo que tivessem vindo de fora da galáxia. Assim, Buder e seus colegas utilizaram o telescópio óptico do Australian Astronomical Observatory para separar a luz delas em espectros de cores individuais.

A ideia era usar este espectro colorido para os cientistas observarem as diferentes composições químicas das estrelas observadas. “Ao ‘escanear’ estes códigos de barra estelares, medimos a abundância de 30 elementos, como sódio, ferro e magnésio, e como eles apareciam em diferentes concentrações dependendo de onde a estrela nasceu”, explicou Buder.

Detalhes das estrelas da Via Láctea

A determinação dos elementos representa um passo importante para desvendar a "infância" da nossa galáxia e aquelas consumidas neste período.

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Os autores do estudo concluíram que as estrelas formadas na Via Láctea parecem ser esverdeadas, enquanto as “estrangeiras” têm brilho mais amarelado. Além disso, eles observaram que, na faixa da nossa galáxia visível no céu noturno, as estrelas mais velhas estão separadas das mais jovens — mas o motivo disso ainda não está claro.

Segundo Buder, ao observar a Via Láctea, vemos estes dois grupos de estrelas, sendo que um é muito mais velho que o outro. “As mais antigas se moveram, então elas parecem estar se projetando para fora do plano principal da galáxia, enquanto as mais jovens formam uma faixa muito mais fina no plano”, explicou. É possível que colisões ocorridas no passado tenham causado esta separação entre os dois grupos.

Assim, entender as origens das populações estelares na Via Láctea pode ajudar a solucionar estes mistérios, além de esclarecer os processos que resultaram na estrutura e composição que vemos hoje em nossa galáxia. “Embora a Via Láctea seja o nosso lar, ainda não entendemos como ela se formou e evoluiu”, disse o autor.

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O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

Fonte: Monthly Notices of the Royal Astronomical Society; Via: Space.com, Astro 3D, Science in Public