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Lixo espacial de missão à ISS cai em fazenda na Austrália

Por| 01 de Agosto de 2022 às 10h51

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ABC South East NSW: Adriane Reardon
ABC South East NSW: Adriane Reardon

Um pedaço do "bagageiro" de uma cápsula Crew Dragon que viajou ao espaço em novembro de 2020 foi encontrado em uma fazenda de criação de carneiros em Nova Gales do Sul, na Austrália. Segundo a imprensa local, o objeto reentrou na atmosfera em 9 de julho, causando um "grande estrondo" que foi ouvido nas regiões de Snowy Mountains, Albury, Wagga Wagga e Canberra.

Mas os destroços, entre eles uma peça de quase três metros de altura fincada no chão como uma estaca, só foram encontrados recentemente pelo fazendeiro Mick Miners em uma área remota da propriedade. "Não sabia o que pensar, não tinha ideia do que era", disse ele. Após a descoberta, ele entrou em contato com Jock Wallace, um fazendeiro vizinho, que também encontrou destroços nas proximidades.

"Eu não ouvi o estrondo, mas minhas filhas disseram que foi muito alto", disse Wallace. "Acho que isso simplesmente caiu do céu. Se tivesse caído em minha casa teria feito um senhor estrago".

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Segundo Brad Tucker, astrofísico da Escola de Ciências da Universidade Nacional da Austrália que inspecionou o achado, os "destroços" tem um número de série, e são provavelmente parte do compartimento de carga não-pressurizado da Crew Dragon usada na missão Crew-1, que levou três astronautas para uma estadia de seis meses a bordo da Estação Espacial Internacional em 2020.

Era esperado que o objeto, feito de alumínio e compostos de carbono, caísse no Oceano Pacífico em algum lugar entre a Austrália e Nova Zelândia. Segundo o Dr. Tucker, "nas fotos do objeto é possível ver claramente queimaduras, o que é esperado durante a reentrada".

"É muito raro ver algo assim, porque eles geralmente não caem em solo, mas sim no oceano", completou. Este seria o maior pedaço de lixo espacial encontrado na Austrália desde que destroços da estação espacial norte-americana Skylab cairam no oeste do país em 1979.

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Neste fim de semana, destroços do foguete chinês Longa Marcha 5B que recentemente colocou o segundo módulo da Estação Espacial Chinesa em órbita caíram no litoral das Filipinas. Um estudo recente aponta que há 10% de chance de um pedaço de lixo espacial "atingir alguém" na próxima década, caso a indústria aeroespacial não modifique suas práticas.

Fonte: ABC News