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Jim Bridenstine deixa chefia da NASA desejando sucesso ao programa Artemis

Por| 20 de Janeiro de 2021 às 15h15

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NASA/Bill Ingalls
NASA/Bill Ingalls
Jim Bridenstine

Nomeado pelo ex-presidente Donald Trump em 2017 e aprovado pelo Senado em abril de 2018, Jim Bridenstine vinha sendo, desde então, o administrador da agência espacial dos Estados Unidos — a NASA —, sendo o 13º a ocupar esta posição. Com a posse do novo presidente estadunidense Joe Biden, já era sabido que Bridenstine deixaria o cargo, o que acontece nesta quarta-feira (20).

Enquanto quem assume o cargo interinamente é Steve Jurczyk, atual administrador associado da agência, Bridenstine aproveitou seu último dia inteiro no cargo para deixar alguns recados sobre os programas de grande importância da NASA, aos quais ele deseja sucesso. Em especial, o programa Artemis, que visa levar novos astronautas à superfície da Lua a partir de 2024, e que já deve começar a fazer os primeiros voos não tripulados agora em 2021.

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"Como podemos construir um programa que pode resistir ao teste do tempo?" disse, refletindo sobre programas que remetem ao início da exploração espacial, décadas atrás. "Precisamos do nosso programa Artemis, precisamos do nosso programa Lua-Marte, para abranger gerações", completou.

Nascido em 1975, Bridenstine foi o primeiro administrador da NASA que não presenciou a última vez em que humanos caminharam na superfície lunar — o que aconteceu em 1972, com a missão Apollo 17. Sobre isso, ele disse: "é importante ser o último administrador da NASA na história que não estava vivo quando tínhamos pessoas trabalhando na Lua; isso é um fracasso dos Estados Unidos e da humanidade, e precisamos ter a certeza de que estamos liderando o mundo em um retorno à Lua e a Marte".

As falas reforçam uma preocupação latente sobre o sucesso do programa Artemis nos moldes em que foi elaborado, pois o governo Biden ainda não detalhou seus planos para a NASA, e há o receio de que o novo governo não endosse a meta de 2024 como o ano do próximo pouso humano na Lua — algo exigido pelo governo Trump, que fez o cronograma original acelerar. O plano inicial era a de que isso aconteceria a partir de 2028, somente. Contudo, Bridenstine também disse não ter dúvidas de que "as pessoas incríveis da NASA vão apresentar uma gama de opções para nosso retorno à Lua que o próximo governo pode aceitar e apoiar totalmente".

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O governo Biden ainda não indicou o sucessor de Jim Bridenstine para a administração permanente da NASA, indicação que deve ser aprovada pelo Senado, também, num processo que leva alguns meses para acontecer. Na verdade, o atual governo também não deu uma previsão de quando a indicação acontecerá, apesar de já ter definido os nomes que farão parte de sua equipe científica — incluindo o geneticista Eric Lander como diretor do Escritório de Política Científica e Tecnológica.

Especula-se que o governo Biden escolha uma mulher como nova chefe da NASA e, entre os nomes cotados por aí, está o da ex-astronauta Pam Melroy, veterana de três missões espaciais que atuou como comandante na missão STS-120, em 2007, sendo a segunda a comandar uma missão dos Ônibus Espaciais. Nesta sua última missão, ela liderou trabalhos na Estação Espacial Internacional (ISS) que incluíram a instalação de um módulo construído pela ESA (a Agência Espacial Europeia).

Essa especulação é reforçada por Jack Burns, professor de astronomia na Universidade do Colorado e que atuou na equipe de transição da NASA no início da administração Trump. "Acho que o governo Biden gostaria muito de indicar, pelo que entendi, a primeira mulher administradora da NASA. Alguns nomes que foram apresentados são extremamente bem qualificados", disse. Enquanto isso, Bridenstine é mais discreto sobre o assunto, mas chegou a revelar já ter ouvido "alguns nomes, todos muito qualificados e pessoas muito capazes" para sua substituição. "Estou confiante de que o futuro é brilhante", encerrou, sobre o que poderemos esperar da NASA nos próximos anos.

Fonte: SpaceNews