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James Webb flagra estrelas interrompendo formação de planetas

Por| Editado por Luciana Zaramela | 04 de Março de 2024 às 10h53

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NASA, ESA, CSA/M. McCaughrean, S. Pearson
NASA, ESA, CSA/M. McCaughrean, S. Pearson

Novas observações do telescópio James Webb sugerem que algumas estrelas brilhantes parecem prejudicar a formação de planetas na nebulosa de Órion. Segundo os novos dados, o disco de gás e poeira ao redor de uma estrela jovem está perdendo grandes quantidades de hidrogênio a cada ano, e como este disco é uma região de formação planetária, o processo pode ser afetado. 

As “culpadas” são as estrelas do aglomerado do Trapézio, formado por vários objetos jovens. Elas são quase 100 mil vezes mais brilhantes que o Sol, e as observações do Webb indicam que a radiação ultravioleta emitida pelas estrelas está aquecendo o gás e poeira do disco protoplanetário d203-506. Ele cerca uma estrela do tipo anã vermelha, e tem uma molécula essencial com carbono em sua estrutura. 

Como o nome indica, o disco protoplanetário é uma região de gás e poeira onde planetas podem ser formados. No caso, a luz ultravioleta é tão intensa que pode evitar a formação de grandes planetas por lá: a radiação está fazendo com que d203-506 perca quantidades importantes de material de formação planetária, que escapa para o espaço.

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Olivier Berné, cientista do Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica, conta que “em uma escala de tempo de um milhão de anos, toda a massa deve ter saído deste disco”. Segundo ele, é como se o material em escape estivesse competindo com a formação dos planetas.

Além de ser jovem, a Nebulosa de Órion tem entre 30 e 40 anos-luz de diâmetro, o que significa que muito da matéria perdida do disco deve permanecer em seu interior. A má notícia, no entanto, é que o gás e a poeira não vão mais ser os "ingredientes" que poderiam servir para a formação de planetas.

O Sistema Solar é 4 mil vezes mais antigo que d203-506, e também sofreu influência de uma ou mais estrelas massivas durante sua formação. “Olhar este sistema [d203-506] é realmente como olhar o passado do nosso Sistema Solar, de certa forma”, finalizou Berné. 

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O artigo que descreve as descobertas foi publicado na revista Science.

Fonte: Science; Via: Live Science