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Cátion metil: molécula de carbono é encontrada em nebulosa pela 1ª vez

Por| Editado por Patricia Gnipper | 26 de Junho de 2023 às 16h36

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ESA/Webb, NASA, CSA, M. Zamani, the PDRs4All ERS Team
ESA/Webb, NASA, CSA, M. Zamani, the PDRs4All ERS Team

Uma molécula essencial, com carbono em sua estrutura, foi encontrada no sistema d203-506, formado por um disco protoplanetário cercando uma estrela jovem. Chamada cátion metil, ela chama a atenção porque tem uma propriedade única: apesar de não reagir bem com o hidrogênio, ela reage facilmente com outras moléculas, permitindo a formação de moléculas mais complexas com átomos de carbono.

A molécula CH3+ foi encontrada no disco ao redor de uma pequena estrela anã vermelha na Nebulosa de Órion, a cerca de 1.350 anos-luz. Estudos publicados no início da década de 1970 já haviam previsto a importância do cátion metil para a química interestelar baseada no carbono, mas até então, ela ainda não havia sido detectada no espaço.

Isso mudou com o telescópio James Webb, cujos instrumentos permitiram a observação da molécula. Melhor ainda: ela foi encontrada em uma região onde planetas capazes de abrigar vida podem se formar. Entretanto, o sistema recebe grande quantidade de radiação de estrelas jovens e massivas por perto. Por muito tempo, isso foi considerado um problema para a formação de moléculas orgânicas complexas, já que a luz ultravioleta pode destruí-las.

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Ao mesmo tempo, há evidências significativas de que a maioria dos discos protoplanetários ficam expostos à intensa radiação ultravioleta — e, inclusive, este pode ter sido o caso do Sistema Solar no passado. Surpreendentemente, a molécula no sistema d203-506 pode ter relação com a radiação ultravioleta das estrelas.

Para pesquisadores, a luz delas pode fornecer a energia necessária para a formação do composto. Além disso, o período de radiação ultravioleta pelo qual alguns discos protoplanetários passam parece ter efeito significativo na composição química deles.

Estes efeitos apareceram nas observações do Webb: o telescópio mostrou que discos protoplanetários que não estão expostos à luz ultravioleta intensa, vinda de alguma fonte próxima, têm grande quantidade de água. Já no caso de d203-506, eles não detectaram água alguma.

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Olivier Berné, autor principal do estudo que descreve as descobertas, acredita que isso mostra como a luz ultravioleta pode mudar a composição química de discos protoplanetários. "Ela [a luz] pode, na verdade, ter papel crítico nas etapas químicas essenciais da origem da vida, ajudando a produzir CH3+ — algo que, talvez, não tenha sido considerado o suficiente antes", observou ele.

As descobertas foram apresentadas em um artigo publicado na revista Nature.

Fonte: Nature; Via: ESA