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James Webb encontrou vida fora da Terra? Cientistas dizem que não

Por| Editado por Luciana Zaramela | 03 de Maio de 2024 às 15h43

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NASA
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Talvez você tenha ouvido falar que o telescópio James Webb teria encontrado sinais de vida em K2-18 b, um exoplaneta encontrado a 120 anos-luz da Terra. Será mesmo? Para o pesquisador Shang-Min Tsai e seus colegas, é cedo demais para dizer ao certo. No entanto, isso não significa que o Webb nunca vai encontrar evidências de vida em outros planetas, caso existam. 

Tudo começou com um estudo publicado em 2023, quando o telescópio encontrou elementos descritos como possíveis bioassinaturas na atmosfera de K2-18 b. Trata-se de um mundo que tem de duas a três vezes o diâmetro da Terra e 8,6 vezes a massa do nosso planeta. 

De fato, existem muitos exoplanetas mortais para seres humanos seja pela radiação das suas estrelas, seja pela falta de uma superfície sólida. Mas este não é o caso de K2-18 b, que se mostrou quase um “irmão gêmeo” da Terra.  

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"Esse planeta recebe quase a mesma quantidade de radiação solar que a Terra. E se a atmosfera for desconsiderada como um fator, K2-18 b tem uma temperatura próxima à da Terra, o que também é uma situação ideal para encontrar vida", disse Shang-Min Tsai.

Pois bem, cientistas da Universidade de Cambridge descobriram que há dióxido de carbono e metano por lá sem traços de amônia — mas não só isso. “O que foi a cereja do bolo, em termos de busca por vida, é que no ano passado esses pesquisadores relataram uma tentativa de detecção de sulfeto de dimetila (DMS) na atmosfera desse planeta, que é produzido pelo fitoplâncton oceânico na Terra", recordou Tsai. 

Em outras palavras, se o DMS se acumulou a ponto de ficar detectável, talvez exista algo lá produzindo-o 20 vezes mais rápido do que acontece em nosso planeta — e é possível que o responsável seja alguma forma de vida. 

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A detecção não foi conclusiva, e pensando nisso, Tsai e seus colegas decidiram analisar os sinais para verificar se o composto era o DMS. Através de modelos computacionais das características físicas e químicas do composto e da atmosfera do planeta, eles concluíram que é pouco provável que os dados indiquem o sulfeto de dimetila.

"O sinal se sobrepõe fortemente ao metano, e achamos que a identificação do DMS do metano está além da capacidade desse instrumento", observou Tsai. Para identificar o sulfeto de dimetila com maior certeza, o Webb precisaria de instrumentos ainda mais sofisticados para observar comprimentos de onda do infravermelho na atmosfera. 

Felizmente, há planos para o telescópio usar seus melhores recursos ainda neste ano para observar o planeta outra vez e mostrar, de uma vez por todas, se existe ou não DMS lá. “Em um planeta com uma atmosfera rica em hidrogênio, é mais provável que encontremos sulfeto de dimetila produzido por vida em vez de oxigênio produzido por plantas e bactérias, como na Terra”, finalizou o coautor Eddie Schwieterman. 

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O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista The Astrophysical Journal Letters.

Fonte: The Astrophysical Journal Letters; Via: UC Riverside