James Webb encontra jato em Júpiter duas vezes mais forte que furacão
Por Danielle Cassita • Editado por Patricia Gnipper |

O telescópio James Webb acaba de detectar uma nova característica da atmosfera de Júpiter. Novos dados do observatório revelaram um jato se movendo a alta velocidade na estratosfera inferior de Júpiter, sobre a região equatorial. Agora que foi identificado, o jato pode ajudar os cientistas a entenderem melhor as interações entre as camadas atmosféricas do gigante gasoso.
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Localizado a 40 quilômetros acima das nuvens no equador joviano, o jato se estende por mais de 4.800 km. Ele se move a 515 km/h, velocidade equivalente ao dobro daquela dos ventos nos furacões de Categoria 5, a mais intensa destes fenômenos na Terra.
Leigh Fletcher, membro da equipe de pesquisadores que encontrou o jato, explica que Júpiter tem um padrão de ventos e temperaturas em sua estratosfera equatorial que é complicado, mas repetitivo. “Se a força desse novo jato estiver conectada a este padrão estratosférico oscilando, podemos esperar que o jato varie consideravelmente nos próximos dois a quatro anos”, acrescentou.
A formação foi encontrada em análises dos dados obtidos pelo instrumento NIRCam, do Webb, no ano passado, durante o programa Early Release Science. Para a iniciativa, o instrumento capturou imagens de Júpiter em intervalos de 10 horas usando diferentes filtros.
Embora Júpiter seja bem diferente da Terra, os dois planetas têm algo em comum: as atmosferas dos dois são formadas por várias camadas. No caso de Júpiter, as observações na luz infravermelha, visível, ultravioleta e em ondas de rádio revelaram as grandes tempestades e nuvens de amônia por lá.
A alta sensibilidade do Webb permitiu que os pesquisadores detectassem pequenas estruturas nas nuvens, que ajudaram a revelar o jato. Já observações do telescópio Hubble complementaram aquelas do Webb, contribuindo para os autores determinarem a base da atmosfera equatorial de Júpiter e observarem o desenvolvimento das tempestades por lá.
Ao comparar os ventos observados pelo Webb a altas altitudes com aqueles registrados mais ao fundo no planeta pelo Hubble, a equipe conseguiu medir as mudanças de velocidade neles de acordo com a altitude. Para os próximos passos, eles querem realizar novas observações do gigante gasoso para descobrir se as caracte´risticas do jato variam com o tempo.
O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature Astronomy.
Fonte: Nature Astronomy; Via: Webb Telescope