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James Webb detecta compostos em luas de Júpiter pela 1ª vez

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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NASA/JPL/USGS
NASA/JPL/USGS

Parece que o telescópio James Webb revelou novos mistérios sobre as luas de Júpiter. Novos estudos mostram que o telescópio detectou peróxido de hidrogênio na lua Ganimedes e fumaças repletas de enxofre em Io, outro satélite natural de Júpiter. Ambos são formados pela influência do planeta.

As descobertas são resultado do programa Early Release Science, que revelou aos pesquisadores assinaturas de absorção típicas das moléculas do peróxido de hidrogênio na lua Ganimedes. Já em Io, erupções vulcânicas foram encontradas na região Kanehekili Fluctus.

Ambas as descobertas aparecem nos mapas abaixo. A absorção da luz causada pelo peróxido de hidrogênio aparece nos polos de Ganimedes, enquanto as erupções estão na área central e direita de Io.

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O espectrômetro do telescópio revelou que o peróxido de hidrogênio, presente nas regiões polares de Ganimedes, está absorvendo luz. O processo é resultado das partículas eletricamente carregadas próximas de Júpíter e da lua, que se chocam com a cobertura congelada dela.

Segundo os autores, o composto é formado pelas interações entre as partículas e o gelo, causando radiólise. O processo quebra as moléculas de água, que depois se recombinam para formar peróxido de hidrogênio. Eles já suspeitavam que a radiólise poderia ocorrer principalmente nos polos, já que o campo magnético de Ganimedes direciona as partículas para lá.

Descobertas do telescópio James Webb sobre Io

O outro estudo descreve algumas erupções em andamento na lua Io. Uma delas foi revelado por meio de um aumento de brilho no complexo vulcânico Loki Patera, além de uma erupção bastante luminosa em Kanehekili Fluctus. Como Io é a única lua vulcanicamente ativa no Sistema Solar, detecções do tipo permitem estudar os fenômenos em uma perspectiva diferente daquela que seria obtida na Terra.

Pela primeira vez, eles relacionaram a erupção em Kanehekili Fluctus a uma erupção produzida pelo monóxido de enxofre. O dióxido de enxofre é o composto principal da atmosfera de Io, e vem da sublimação do composto sólido e das erupções que ocorrem por lá. Entretanto, os vulcões produzem também o monóxido de enxofre, cuja detecção é bem mais difícil.

Imke de Pater, coautora de um dos novos estudos, conta que os novos dados mostram, pela primeira vez, que o monóxido de enxofre de alta excitação vem do vulcão. “A relação entre o monóxido de enxofre e os vulcões vem de uma hipótese de 2002, que criamos para explicar como veríamos o monóxido de enxofre”, disse ela.

Agora, os novos dados mostram que o gás pode chegar a 1.500 K na abertura dos vulcões de Io, e se for expelido neste estado de excitação, ele perde seu fóton e gera a emissão observada.

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Os artigos que descrevem as descobertas foram publicados nas revistas Science Advances e JGR: Planets.

Fonte: Science Advances e JGR: Planets; Via: Berkeley News