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Telescópio James Webb poderá revelar mistérios de Júpiter e suas luas

Por| Editado por Rafael Rigues | 08 de Julho de 2022 às 13h15

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NASA, ESA, Hubble, OPAL Program, STScI/K.Masztalerz
NASA, ESA, Hubble, OPAL Program, STScI/K.Masztalerz

O telescópio espacial James Webb terá uma grande tarefa a cumprir no Sistema Solar: o novo observatório irá estudar Júpiter, o gigante gasoso da nossa vizinhança, junto de seus anéis e as luas Ganimedes e Io. Os estudos de Júpiter vão servir não somente para o Webb testar seus recursos, como também podem trazer novo conhecimento sobre o sistema joviano, o passado da Terra e até dos exoplanetas.

Imke de Pater, cientista planetária na Universidade da Califórnia que vai liderar os estudos, acredita que a tarefa será desafiadora, mas vai valer a pena. “Júpiter é tão brilhante e os instrumentos do Webb são tão sensíveis que observar o planeta e seus anéis e luas será um teste excelente de como conseguir tirar o máximo proveito do Webb”, disse.

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Os instrumentos do Webb terão que ser calibrados para se ajustarem ao intenso brilho de Júpiter, mas assim que estes e outros ajustes foram realizados, os cientistas esperam usar os recursos do telescópio para investigar diferentes características do planeta. Entre elas, está a atmosfera joviana.

O Webb vai investigar ciclones nos polos do planeta e estudará os ventos, nuvens, gases e temperaturas delas. A Grande Mancha Vermelha, a maior tempestade conhecida no Sistema Solar, não ficará de fora, e a atmosfera da região acima dela também será estudada para os cientistas entenderem melhor as variações de temperatura que ocorrem por lá.

De olho nas luas

Ganimedes, uma das luas congeladas de Júpiter, será foco de um dos estudos. A ideia é que o Webb examine a atmosfera externa dela, para ajudar os cientistas a entender melhor as interações da lua com as partículas no campo magnético joviano. Além disso, o telescópio irá procurar um possível oceano de água salgada, que pode existir sob a superfície da lua.

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Já a lua Io será estudada com foco em sua estrutura e nos chamados “vulcões furtivos”. Os pesquisadores acreditam que eles estão em erupção, mas não dispersam partículas de poeira que poderiam refletir a luz e, assim, “denunciariam” sua existência para os telescópios. Como o Webb tem maior resolução espacial que outras missões, ele pode conseguir encontrar estes vulcões.

Por fim, os pesquisadores esperam usar o novo observatório para procurar novas luas nos anéis de Júpiter, mas reconhecem que o intenso brilho do planeta pode ofuscar qualquer objeto que exista por lá. Por outro lado, as estratégias para lidar com o problema podem servir para observações de exoplanetas, como aquelas que orbitam estrelas extremamente brilhantes.

Enquanto o Webb conduz estes estudos, outros observatórios mais próximos do planeta vão dar suas próprias contribuições. “Nenhum observatório ou nave pode fazer tudo sozinho”, disse Michael Wong, co-investigador do estudo. “Estamos muito animados para combinar dados de observatórios múltiplos, para nos dizerem mais do que poderíamos descobrir com apenas uma única fonte”.

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Fonte: Webb Telescope