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Iniciativa global visa reduzir o lixo espacial e incentivar missões sustentáveis

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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ESA
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Embora nossos olhos não consigam enxergar a grande quantidade de detritos espacias e satélites orbitando a Terra, esse problema crescente ameaça o nosso próprio futuro no espaço. Pensando nisso, a iniciativa global Space Sustainable Rating (SSR) — “Classificação de Sustentabilidade no Espaço”, em tradução livre —, lançada no Fórum Econômico Mundial deste ano, propõe uma nova maneira de abordar este desafio. Ao incentivar um comportamento responsável e transparente, a SSR busca a redução do lixo espacial e a garantia de que as crescentes missões espaciais sejam executadas de maneira segura e sustentável.

Desenvolvida ao longo dos últimos dois anos pelo Fórum, a SSR contou com uma equipe formada pela Agência Espacial Europeia (ESA), o grupo Space Enabled Research do laboratório MIT Media Lab, e com a colaboração da BryceTech e da Universidade do Texas. Agora, a classificação de sustentabilidade entra em sua nova fase e, para isso, o Centro Espacial do Instituto Federal Suíço de Tecnologia (EPFL) foi selecionado para liderar e operar a iniciativa nos preparos de sua implementação. Já início de 2022, as organizações espaciais poderão adquirir certificações de sustentabilidade de acordo com os parâmetros do sistema de classificação.

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Assim como os rótulos de eficiência energética encontrados em eletrodomésticos, a inciativa deixará em evidência o que as empresas estarão fazendo para proteger o ambiente próximo à Terra. Para isso, alguns fatores foram estabelecidos como o compartilhamento de dados, a escolha da órbita, medidas para evitar colisões e planos para desativar satélites ao fim de suas missões. “A SSR visa influenciar o comportamento de todos os atores do voo espacial, especialmente entidades comerciais, e ajudar a trazer para o uso comum as práticas sustentáveis ​​que necessitamos desesperadamente”, disse Holger Krag, chefe do Programa de Segurança Espacial da ESA.

Ao longo dos últimos anos, o Escritório de Detritos Espaciais da ESA estudou o ambiente de detritos espacias e se tornou uma autoridade líder mundial nesse assunto. Na nova classificação, a agência europeia ajuda a definir a “arquitetura de classificação”, isto é, quais os critérios devem ser adotados para julgar as missões espaciais. O ponto muito importante da SSR é a nova metodologia capaz de quantificar o risco de detritos espacias associados a uma missão específica.

É importante destacar que, atualmente, não existe nenhuma agência reguladora que seja capaz de estabelecer limites ou critérios para o lançamento crescente de satélites à órbita terrestre, mas o novo sistema de classificação é um bom passo inicial nesse sentido. A adesão a SSR será feita de maneira voluntária e, com isto, os operadores de espaçonaves, provedores de lançamentos e fabricantes de satélites poderão apresentar um dos quatro níveis de cerificação — demonstrando seu compromisso com a missão de sustentabilidade.

Operadores do setor espacial estiveram envolvidos na elaboração do sistema de classificação e alguns deles já manifestaram interesse em adotar a nova ferramenta. Além disso, empresas como a Airbus, Astroscale, AXA XL, elseco Limited, Lockheed Martin, Planet, SpaceX e Voyager Space Holdings apoiaram o conceito da SSR e pretendem adotar o sistema assim que for lançado publicamente.

Fonte: ESA

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