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Inédito! Buraco negro supermassivo é flagrado em plena atividade em tempo real

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NASA/Aurore Simonnet, Sonoma State University
NASA/Aurore Simonnet, Sonoma State University

Uma equipe internacional de astrônomos flagrou um buraco negro ativo no coração de uma galáxia distante. Com a ajuda de missões da NASA e outros instrumentos, eles observaram o objeto lançando um jato de plasma a quase 30% da velocidade da luz, enquanto emissões de raios X flutuavam na borda do buraco negro. 

As emissões foram observadas em 1ES 1927+654, uma galáxia a mais de 270 milhões de anos-luz na constelação de Draco, o Dragão. Ali, há um buraco negro com o equivalente a 1,4 milhões de vezes a massa do Sol.

Eileen Meyer, professora da Universidade de Maryland Baltimore County, explicou que os cientistas vêm acompanhando o objeto desde 2018, que foi quando começou a apresentar mudanças em suas propriedades. Naquele ano, o objeto apresentou uma verdadeira explosão de luz visível, ultravioleta e raios X. 

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Depois, tudo se acalmou e o buraco negro passou quase um ano inteiro tranquilo. Só que, em abril de 2023, outra equipe de pesquisadores identificou um aumento na emissão de raios X pouco energéticos, levando a equipe de Meyer a observá-lo novamente. 

Os novos dados foram coletados entre fevereiro e maio de 2024, e mostram que o buraco negro parece ter disparado jatos de plasma (gás ionizado) com cerca de meio ano-luz de extensão. “A emissão do jato de um buraco negro nunca foi observada antes em tempo real”, recordou a autora. 

Para a equipe, as emissões do buraco engro começaram antes, quando o aumento de raios X foi observado antes das ondas de rádio. Depois, o gás quente nos arredores do buraco negro ocultou o jato da visão dos cientistas — mas isso mudou no ano passado, quando finalmente foi observado. A equipe suspeita que o objeto em questão seja uma anã branca pouco massiva, um objeto estelar do tamanho da Terra que poderia resistir à enorme força gravitacional do buraco negro. 

Se este for o caso, então a anã branca deve gerar ondas gravitacionais enquanto orbita o buraco negro, ficando cada vez mais perto dele e, consequentemente, levando menos tempo para se mover. As ondas causam alterações discretas no tecido do espaço-tempo que, embora sejam imperceptíveis para nós, podem ser identificadas pela futura missão (Laser Interferometer Space Antenna), da NASA e da Agência Espacial Europeia. 

O artigo com os resultados do estudo vai ser publicado na revista Nature e pode ser acessado no repositório arXiv, sem revisão de pares.

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Fonte: NASA

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