Hubble tira foto de objeto distante que é difícil de se classificar
Por Danielle Cassita • Editado por Patricia Gnipper |

O telescópio Hubble observou Z 229-15, formação espacial que, à primeira vista, se parece com uma galáxia comum, mas, na verdade, não pode ser encaixada em nenhuma classificação cósmica com exatidão. A imagem foi divulgada pela Agência Espacial Europeia e revela o que pode ser uma galáxia, mas também pode ser um núcleo galáctico ativo, ou ainda um quasar — entre outras possibilidades.
O objeto Z 229-15 fica a 390 milhões de anos-luz da Terra e, como você viu acima, pode ser encaixado em várias classificações. Por exemplo: ele é, de fato, um grupo de estrelas gravitacionalmente unidas, o que permite descrevê-lo como galáxia. Enquanto isso, ele é — e contém — um núcleo galáctico ativo, uma região extremamente brilhante em seu centro devido à presença de um buraco negro supermassivo ali.
A luz não vem do buraco negro em si, mas sim da matéria que forma um disco ao redor dele; este disco é extremamente quente e emite energia em diferentes comprimentos de onda, o que torna a região brilhante. Ah, o Z 229-15 pode também ser considerado um quasar, um tipo específico de núcleo galáctico ativo. Para caber nesta definição, ele precisa ser extremamente brilhante e estar distante da Terra — o que ele também é.
A maioria dos quasars são tão brilhantes que ofuscam a visão das estrelas da galáxia, mas este não é o caso de Z 229-15. Como as estrelas são visíveis na imagem, a galáxia pode ser classificada como pertencente ao tipo Seyfert. Então, podemos dizer que Z 229-15 é uma galáxia Seyfert que contém um quasar e que, por consequência, tem um núcleo galáctico ativo.
Portanto, temos aqui um objeto espacial e especial que é “tudo em todo lugar ao mesmo tempo”, como no título do filme vencedor de diversas categorias do Oscar 2023.
Fonte: ESA Hubble