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Crítica Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo | Uma bagunça boba, mas profunda

Por| Editado por Jones Oliveira | 03 de Fevereiro de 2023 às 19h30

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Um dos filmes mais comentados de 2022 é, sem dúvidas, Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo, dos diretores Dan Kwan e Daniel Scheinert. O longa traz uma história que acontece em diversas realidades paralelas, o que é chamado também de multiverso, conduzindo a trama de forma bagunçada, mas impecável.

Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo conquistou o mundo ao se aventurar na maluquice de algo que não sabemos explicar muito bem, com liberdade para mergulhar em elementos insanos, mas também nas profundezas das questões humanas.

Atenção: esta crítica pode conter spoilers de Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo!

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O filme é estrelado por Michelle Yeoh, atriz natural da Malásia que já se destacou em diversas produções de Hollywood, como O Tigre e o Dragão, Memórias de Uma Gueixa, 007 - O Amanhã Nunca Morre, Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis, entre muitas outras.

A atriz conseguiu conduzir sua personagem em todas suas camadas, enfrentando as mesmas pessoas de sua vida de universos diferentes, entregando uma atuação repleta de personalidade. Não é por acaso que Yeoh foi indicada à categoria de Melhor Atriz no Oscar pelo papel, transformando o trabalho em um dos projetos mais marcantes de sua vida.

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A bagunça do multiverso

Um dos pontos mais interessantes em abordar o multiverso é a liberdade para criar o que quiser dentro dele. O tema da realidade paralela é abordado pela ciência, mas a sua aplicação nos produtos culturais precisa ser a mais imaginativa possível, já que não conseguimos nos transportar para diferentes universos e conhecer diferentes versões de nós mesmos.

A produção nos mostra situações extremamente caóticas em meio a lutas que conseguem ser ridículas e bem coreografadas ao mesmo tempo. Enquanto você fica vidrado no que está acontecendo, não sabe se fica agoniado ou acha tudo muito engraçado.

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A trama de Dan e Daniel consegue transformar o bobo, que existe em uma linha tênue entre dar muito certo ou muito errado, em uma experiência positiva. A bagunça é constante e está presente no teletransporte, na forma em que acontece a viagem entre universos, na apropriação dos corpos de outras realidades, nas lutas e nos diálogos. "Insano" é a palavra certa para definir o filme.

Ser humano

Considerando a loucura do multiverso, tudo é válido e o filme Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo é capaz de equilibrar o termo insano com a realidade humana. O longa acompanha Evelyn Wang, uma empresária e imigrante chinesa que comanda uma lavanderia ao lado do marido e da filha nos Estados Unidos.

Como muitas mulheres, Evelyn sempre se questionou sobre como seria sua vida se não tivesse se casado tão cedo. Seu marido, Waymond Wang (Ke Huy Quan), é frustrado por não conseguir fazê-la feliz e acaba pedindo o divórcio. Enquanto isso, a matriarca tenta abrir a cabeça para aceitar que o fato da filha, Joy (Stephanie Hsu), namorar mulheres não é apenas uma fase.

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Tudo começa quando tudo está errado com o imposto de renda da lavanderia e a auditora do órgão responsável pela burocracia, Deirdre (Jamie Lee Curtis) não deixa a família em paz. Na mesa do escritório da funcionária do governo, então, vemos as primeiras viagens pelo multiverso e a missão de Evelyn de evitar que seja assassinada.

Lá, a protagonista começa a desvendar o universo paralelo e a relação das pessoas a sua volta com a missão principal do filme. Ao longo da produção, vemos todas suas decepções, alegrias, frustrações e conquistas sendo colocadas à prova, com vários "e se" sendo apresentados para discussão. Isso não só de Evelyn, mas de todos, desde sua filha até a auditora do imposto de renda.

A construção de quem é Joy no multiverso só acrescenta mais conteúdo para Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo, e a dupla formada ao lado da mãe representa a posição das mulheres imigrantes em países de primeiro mundo, como os Estados Unidos. Vemos essa representação não só nas dificuldades sociais, mas as internas, vindas de uma cultura bastante rígida.

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Por fim, o filme Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo traz uma reflexão importante ao mesmo tempo em que abraça o absurdo, resultando em uma produção intensa, divertida e com o diferencial necessário para se ressaltar entre as diversas outras produções que abordam o multiverso no cinema.

Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo está de volta aos cinemas de todo o Brasil e você pode garantir seu ingresso na Ingresso.com.