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Hubble mostra por que anãs marrons não conseguem ficar juntas

Por| Editado por Luciana Zaramela | 27 de Março de 2024 às 11h29

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NASA/JPL-Caltech
NASA/JPL-Caltech

Não é nada fácil ser uma estrela anã marrom. Veja só: além de elas serem popularmente conhecidas como estrelas fracassadas, novos dados do telescópio Hubble mostram que elas também não são boas em se manter juntas por longos períodos. 

Como qualquer estrela, as anãs marrons nascem do colapso de nuvens de gás e poeira. A diferença é que elas não conseguem coletar matéria suficiente da nuvem para acumular massa e realizar a fusão nuclear do hidrogênio e hélio — daí o “fracasso”. 

Apesar disso, os cientistas acreditam que elas não são solitárias, e nascem em pares — ou ao menos é o que parecia. Só que, enquanto 75% das estrelas massivas do universo têm vizinhas e 50% das estrelas do tamanho do Sol são binárias, há pouquíssimas anãs marrons unidas em pares.

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A solução deste mistério pode estar nas observações do telescópio Hubble, que é capaz detectar anãs marrons binárias separadas por uma distância parecida entre o Sol e o Cinturão de Asteroides. Entretanto, o observatório não identificou nenhum par binário nas amostras de anãs marrons nas proximidades do nosso sistema. 

Esta era uma pista de que, quanto mais antiga for a anã marrom, menos provável é que ela tenha uma vizinha. Para os pesquisadores, isso acontece porque a gravidade que une pares binários de estrelas pode ser tão fraca que, depois de algumas centenas de milhões de anos, elas acabam separadas.

E quem estaria separando as anãs marrons? A equipe tem uma suspeita: “como as anãs marrons são muito leves, a força gravitacional que une os pares binários é muito fraca, e as estrelas que passam podem facilmente separá-las”, explicou Clémence Fontanive, autora principal do estudo. 

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Os resultados apoiam a teoria de que as anãs marrons nascem como as estrelas "verdadeiras", ajudando também a explicar o porquê de estes objetos serem solitários. "A maioria das estrelas tem amigos — seja uma companheira binária ou um exoplaneta", acrescentou Beth Biller, coautora do cientista. 

"Essa pesquisa realmente demonstra que isto não acontece com as anãs marrons. Após um breve período no início de suas vidas, a maioria das anãs marrons permanece solteira pelo resto de sua longa existência", finailizou.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

Fonte: Monthly Notices of the Royal Astronomical Society; Via: Hubble