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Gliese 367 b: conheça o exoplaneta de ferro e origem misteriosa

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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NASA
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Mais um exoplaneta curioso foi encontrado. Chamado de Gliese 367 b, ele leva apenas 7,7 horas para orbitar sua estrela e tem quase o dobro da densidade da Terra, o que sugere que pode ser quase totalmente formado por ferro.

Devido ao período orbital extremamente curto, Gliese 367 b é considerado um planeta de período ultracurto (ou USP, na sigla em inglês). Há centenas de outros USPs conhecidos, ou seja, Gliese 367 b não está sozinho nesta categoria.

Ele foi encontrado em meio a dados do telescópio espacial TESS (Transiting Exoplanet Survey Satellite), obtidos em 2021, e teve suas características refinadas em um novo estudo liderado por Elisa Goffo, da Universidade de Turin.

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Ela e os outros autores concluíram que G 367 b tem 70% do raio da Terra, e sua massa equivale a 63% daquela do nosso mundo. Ainda, G 367 b é duas vezes mais denso que a Terra, o que sugere que pode ser o núcleo de algum planeta que perdeu seu manto rochoso.

E, afinal, o que poderia ter acontecido para esse planeta perder seu manto? “Um evento catastrófico poderia ter roubado seu manto rochoso, deixando nu o núcleo denso do planeta", explicou Goffo. Depois, colisões entre ele e outros exoplanetas em formação podem ter removido sua camada externa.

Ainda, G 367 b é o USP mais denso conhecido e tem mais dois mundos vizinhos em seu sistema — como os astrônomos acreditam que os exoplanetas do tipo são encontrados em sistemas múltiplos, o novo estudo reforça o cenário.

Portanto, ficamos com três possíveis explicações da sua formação: ou G 367 b nasceu em um ambiente rico em ferro, ou era maior e perdeu suas camadas através de colisões. Por fim, ele também pode ser o núcleo de algum gigante gasoso, como mencionamos acima. “Claro, todos os processos discutidos podem ter contribuído para criar uma bola de ferro quase pura, conhecida como G 367 b”, escreveram os autores.

O sistema é enigmático, e suas características pouco comuns exigem mais estudos para os astrônomos desvendarem suas propriedades. “Esse sistema multiplanetário único, abrigando esta subterra USP de densidade ultra alta, é um alvo extraordinário para investigações posteriores e cenários de migração dos sistemas USP”, concluíram os autores.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista The Astrophysical Journal Letters.

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Fonte: The Astrophysical Journal Letters; Via: Universe Today