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Gene pode ser “segredo” para cultivar arroz no solo de Marte

Por| Editado por Patricia Gnipper | 24 de Março de 2023 às 12h06

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Pierre Bamin/Unsplash
Pierre Bamin/Unsplash

Uma equipe de pesquisadores composta por Abhilash Ramachandran, da Universidade do Arkansas, descobriu que talvez seja possível cultivar arroz em Marte, contanto que ele seja geneticamente modificado. Eles e seus colegas identificaram um gene que, quando alterado, parece aumentar as chances de o arroz sobreviver em solo com condições impróprias, como é o de Marte.

O solo de Marte tem menos nutrientes que o da Terra e, ainda, contém compostos tóxicos para algumas plantas. Assim, para verificar como o arroz se sairia nestas condições, Ramachandran e seus colegas cultivaram sementes de arroz em misturas de solo para vasos e MMS-1, uma versão artificial do regolito de Marte.

As misturas tinham proporções variadas, que variavam gradualmente de somente solo para vasos e até solo MMS-1. Depois, eles descobriram que o arroz poderia ser cultivado em misturas com apenas 25% de solo para vasos quase com a eficiência do arroz totalmente produzido naquele tipo de solo.

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Já o arroz cultivado no regolito artificial tinha caule mais curto e raízes mais longas do que o produzido sem solo de vasos. “Quanto mais longa a raíz, menos nutritentes [o solo] tem”, explicou Ramachandran. Ele disse que, devido a essa característica, as raízes vão mais fundo no solo em busca de nutrientes, mas não conseguem encontrá-los. A equipe observou também que o arroz produzido no regolito tinha menos raízes.

Quando adicionaram percloratos (compostos químicos tóxicos presentes na superfície de Marte) no regolito, as plantas tiveram desenvolvimento ainda pior. Algumas das sementes não germinaram, e aquelas que brotaram não conseguiram crescer e se desenvolver. Isso indica, portanto, que os percloratos são os “inimigos” do cultivo do arroz em Marte.

O jogo mudou quando eles analisaram a genética do arroz e descobriram o gene OsSnRK1, que aumenta os efeitos da reação da planta ao solo desfavorável. Com o método de edição genética CRISPR, os cientistas criaram sementes de arroz com genes OsSnRK1 modificados, descobrindo que estas sementes germinaram mesmo com pequenas quantidades de percloratos no solo.

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Ainda, as versões modificadas do arroz desenvolveram raízes e brotos em condições que seriam nocivas demais para a versão original se desenvolver. Entretanto, estes testes foram preliminares, e os pesquisadores ainda querem testar sementes com outras mutações para verificar como elas se adaptam ao solo marciano, além de analisar mudanças para resistirem à atmosfera de dióxido de carbono em Marte.

Os resultados foram apresentados durante a Conferência de Ciência Lunar e Planetária.

Fonte: NewScientist