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Fragmentos que "caíram do céu" podem ser raros meteoritos vindos de Mercúrio

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Javier Miranda/Unsplash
Javier Miranda/Unsplash

Imaginando que asteroides podem atingir superfícies de outros planetas e causar a ejeção de material rochoso em direção à Terra, é fisicamente possível que fragmentos deste tipo cheguem ao nosso planeta vindos de um mundo mais distante, como Mercúrio — o planeta mais próximo do Sol. Porém, até agora, nenhum foi confirmado como tendo origem de lá. 

Um novo estudo sugere, porém, que dois meteoritos que podem ter origem mercuriana. Se confirmado, serão uma rara janela para entender a formação e evolução do planeta rochoso, potencialmente remodelando o que já sabemos. Como Mercúrio está tão próximo do Sol, qualquer missão espacial para recuperar uma amostra de lá seria complexa e cara. 

Um fragmento de Mercúrio que “caiu do céu” – no sentido literal e figurado –  pode ser a única maneira prática de estudar a superfície do planeta – tornando a descoberta da origem desses fragmentos uma oportunidade cientificamente inestimável. A maioria dos meteoritos que chegam à Terra vêm do cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter ou mesmo da Lua.

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“Nosso estudo mais recente investigou as propriedades de dois meteoritos incomuns, o Ksar Ghilane 022  e o Northwest Africa 15915. Descobrimos que as duas amostras parecem estar relacionadas, provavelmente originárias do mesmo corpo progenitor”, escreveu Ben Rider-Stokes, um dos autores da pesquisa, ao The Conversation.

“Sua mineralogia e composição superficial também exibem semelhanças intrigantes com a crosta de Mercúrio. Isso nos levou a especular sobre uma possível origem mercuriana”, completou o cientista.

Ambos os meteoritos analisados pela equipe contêm olivina e piroxênio, pequenas quantidades de plagioclásio albitico e oldhamita. Essas características minerais são consistentes com as previsões de como seria a composição da superfície de Mercúrio. 

Características em comum tornam as amostras candidatas convincentes a serem material mercuriano. Contudo, também há diferenças notáveis, como a apresentação de apenas traços de plagioclásio, em contraste com a superfície de Mercúrio, que se estima conter mais de 37% deste tipo de mineral.

O estudo ainda sugere que a idade das amostras é de cerca de 4,528 bilhões de anos, significativamente mais antigas do que as unidades superficiais mais antigas reconhecidas de Mercúrio, que se estima terem 4 bilhões de anos.

O cenário é de grandes expectativas! Se meteoritos de Mercúrio forem descobertos, eles podem ajudar a resolver uma série de questões científicas de longa data, como a idade e a evolução da crosta de Mercúrio, composição mineral e geoquímica e a natureza dos gases.

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Fonte: The Conversation

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