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Redemoinhos de poeira em Marte podem provocar raios e ameaçar o rover da NASA

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NASA/JPL-Caltech
NASA/JPL-Caltech

As conclusões de um estudo publicado no final de junho na revista Physics of Plasmas revelam que redemoinhos de poeira em Marte podem acumular cargas elétricas e provocar raios. Esse fenômeno representa uma possível ameaça ao rover Perseverance, da NASA.

A pesquisa utilizou modelos computacionais para simular como essas cargas elétricas se distribuiriam dentro de um redemoinho no Planeta Vermelho. Os resultados apontam para um cenário em que a poeira eletrificada adere e afeta superfícies condutoras do veículo, como rodas, painéis solares e antenas.

Como consequência, o rover da agência espacial norte-americana poderia enfrentar redução na captação de energia solar, além de ter seus movimentos e comunicações comprometidos.

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Formação dos redemoinhos marcianos

Os redemoinhos em Marte se formam quando o Sol aquece o solo do planeta, elevando a temperatura da camada de ar próxima à superfície. Como o ar quente é mais leve que o frio, ele sobe rapidamente, gerando uma corrente ascendente.

Essa corrente puxa o ar ao redor em direção ao centro do movimento, formando um pequeno vórtice que começa a girar e se alonga para cima — como um fio de macarrão suspenso no ar.

Com o giro acelerado, o redemoinho ganha força e levanta a poeira marciana, criando uma espécie de “tornado” de poeira.

Esses redemoinhos tendem a ser mais intensos do que os observados na Terra devido à atmosfera rarefeita e à gravidade mais fraca de Marte. Por isso, podem crescer até três vezes mais que seus equivalentes terrestres.

Liberação de raios

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O novo estudo, liderado por Varun Sheel, chefe da Divisão de Ciência Planetária do Laboratório de Pesquisa Física da Índia, mostra que partículas de poeira agitadas dentro dos redemoinhos geram cargas elétricas por atrito.

No entanto, a atmosfera marciana não permite que essas cargas se dissipem facilmente, o que causa um acúmulo significativo de eletricidade dentro do vórtice. Quando esse acúmulo atinge um limite, as cargas se rompem e são liberadas na forma de descargas elétricas.

A formação e a intensidade desses “raios marcianos” foram observadas apenas nos modelos computacionais utilizados na pesquisa — até o momento, ainda não há registros diretos dessas descargas no planeta.

“A possibilidade de que um dia possamos descobrir raios [nesses redemoinhos de poeira] é o aspecto mais emocionante dos resultados do estudo”, afirmou Varun Sheel em entrevista ao Space.

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Confira o estudo na íntegra na revista Physics of Plasmas.

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Fonte: Space