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Fragmento de foguete e satélite da SpaceX podem passar perto de nave russa

Por| Editado por Patricia Gnipper | 01 de Julho de 2021 às 16h15

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Roscosmos/Twitter
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Nesta terça-feira (29), a Rússia lançou a nave cargueira Progress 78, para levar 1 tonelada de suprimentos, como alimentos e outros itens, à Estação Espacial Internacional (ISS). A nave deverá ser acoplada ao laboratório orbital na noite desta quinta (1º), e a Roscosmos, a agência espacial russa, está monitorando atentamente a viagem para garantir a segurança durante o trajeto. É que a Progress 79 passará perigosamente perto de um satélite Starlink aposentado e de um fragmento de foguete Falcon 9, ambos da SpaceX.

A acoplagem deverá acontecer ainda às 22h02, no horário de Brasília. Entretanto, quando faltarem cerca de 3 horas para chegar ao laboratório orbital, a nave passará perto dos dois objetos. Às 18h32 de hoje, no horário de Brasília o satélite Starlink 1691 estará a 1,5 km de distância da Progress 78; após três minutos, um fragmento de um propulsor de um foguete Falcon 9 vai passar perto a apenas 500 m da nave.

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A Roscosmos afirma que a equipe de controle da missão está monitorando a situação, e ainda não há novos detalhes. Jonathan McDowell, astrofísico e especialista em detritos espaciais, comenta que a situação está longe de ser surpreendente: "há muito mais objetos abaixo da altitude da ISS do que costumava haver, graças aos satélites Starlink", disse. A SpaceX segue lançando estes satélites para criar uma megaconstelação de internet de alta velocidade e baixa latência. Até o momento, já há mais de 1.700 deles lançados.

Apesar de alguns já não funcionarem mais, leva algum tempo para voltarem para a Terra e serem queimados na atmosfera. “Eles levam vários meses para baixar à órbita de 550 km, para realizar a reentrada”, explica McDowell. Para o astrofísico, os destroços do foguete Falcon 9 podem ser o resultado de um lançamento ocorrido no ano passado, com uma órbita estacionária mais alta que o normal. Por isso, as hastes de tensão dos satélites não realizaram reentradas rápidas, como costumam fazer.

Hoje, a Agência Espacial Europeia (ESA) estima a existência de mais de 34 mil pedaços de lixo espacial maiores que 10 cm; já os menores objetos eram, em janeiro, pelo menos 900 mil. Como vão se rompendo com o tempo, eles podem acabar colidindo entre si, gerando fragmentos menores. A maior preocupação que este cenário levanta é a chamada Síndrome de Kessler, em que os detritos vão atingindo outros e, assim, causam um efeito dominó destrutivo.

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No ano passado, a ISS precisou realizar uma manobra de desvio para garantir que não seria atingida por pedaços de lixo espacial. Mais recentemente, astronautas a bordo do laboratório orbital identificaram que o braço robótico Canadarm-2 foi atingido por um pedaço de lixo espacial, que fez uma pequena abertura em sua estrutura. O componente, que auxilia astronautas a realizar tarefas de manutenção da estação e a manipular equipamentos, não teve seu funcionamento afetado.

Fonte: Space.com