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Fosfina ou não fosfina? Nova análise de dados reacende polêmica sobre Vênus

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ESO/M. KORNMESSER/L. CALÇADA
ESO/M. KORNMESSER/L. CALÇADA

Quando, em setembro, uma equipe internacional de cientistas anunciou a descoberta de fosfina na atmosfera de Vênus, muito se especulou sobre uma possível presença de algum tipo de vida por lá, já que a fosfina pode ser uma bioassinatura — ou seja, produzida por seres vivos. Logo depois, outras equipes de pesquisadores resolveram analisar o estudo original, levantando a bola de que aquela análise estaria, na verdade, incorreta, com a possibilidade de a fosfina identificada não passar de ruídos nas observações.

Agora, a equipe envolvida no estudo original fez uma re-análise dos dados, e chegou à seguinte conclusão: ainda parece existir, sim, fosfina na atmosfera venusiana, só que numa quantidade bastante inferior à divulgada inicialmente — antes, o número era de 20 partes por bilhão; agora, a equipe chegou à quantia de 5 partes por bilhão nos pontos de maior concentração, ou 1 parte por bilhão, em média.

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A explicação para essa discrepância, ainda segundo a nova análise dos pesquisadores, estaria no intervalo de tempo entre as análises, pois a primeira observação foi feita há mais de dois anos. Ou seja: em dois anos, as coisas podem mudar (como parecem ter mudado, caso a nova análise se mostre correta).

Contudo, vale dizer que a re-análise ainda aguarda revisão, não tendo sido, por enquanto, aprovada para publicação em um periódico científico. Sendo assim, os novos resultados são provisórios. Isso significa que o martelo quanto à presença de fosfina na atmosfera de Vênus ainda não foi batido — e tudo o que se pode afirmar, no momento, é que não há sinais de vida no "planeta infernal". Vale reforçar, ainda, que mesmo se a fosfina for comprovada na atmosfera venusiana, ainda será preciso determinar a origem da substância, pois ela também pode ser gerada por meio de processos físicos e químicos, não sendo, exclusivamente, uma bioassinatura.

Fonte: Universe Today