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Exoplaneta mais massivo já encontrado orbita sistema binário com bilhões de anos

Por| Editado por Patricia Gnipper | 25 de Maio de 2021 às 19h20

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Reprodução/Sci-News.com
Reprodução/Sci-News.com

O telescópio espacial Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS), da NASA, já opera em sua missão estendida, e os dados coletados renderam mais uma descoberta: uma equipe de astrônomos identificou um exoplaneta um pouco maior que Júpiter em um sistema binário, transitando por ambas as estrelas. O planeta recebeu o nome TIC 172900988b e tem massa equivalente a quase três vezes a de Júpiter.

O Dr. Veselin Kostov, principal autor do estudo, explica que, bem antes de o telescópio espacial Kepler encontrar planetas circumbinários em trânsito, os astrônomos já discutiam as possíveis assinaturas que estes exoplanetas teriam, ou seja, a ocorrência de vários trânsitos em uma só conjunção. Segundo os autores, “o efeito é causado pelo planeta transitando uma ou ambas as estrelas do sistema binário, o que acontece algumas vezes ao longo de parte do período orbital”.

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Desta vez, a descoberta aconteceu com o TESS por meio da técnica de trânsitos múltiplos ocorridos em uma só conjunção. Os pesquisadores explicam que a análise a curva de luz do planeta revelou um eclipse primário e dois secundários: “o TIC 172900988b foi observado em um setor único [dos dados] e o planeta produziu dois trânsitos, um por cada estrela, durante a mesma conjunção”, escreveram no artigo.

O TIC 172900988b é 1,01 vez maior que Júpiter e 11,07 vezes maior que a Terra. Este exoplaneta tem massa equivalente a 2,9 à de Júpiter, o que o torna o planeta circumbinário em trânsito mais massivo já identificado — tanto que ele é duas vezes maior que o Kepler-1647b, planeta considerado o segundo mais massivo já encontrado, com dimensões parecidas com as de Júpiter. O TIC 172900988b tem período orbital entre 189 e 204 dias e é quente demais para fazer parte da zona habitável do sistema.

Por fim, o TIC 172900988 fica a cerca de 824 anos-luz de distância de nós, na constelação de Câncer, fazendo parte de um sistema que já chega aos 3,1 bilhões de anos. A equipe observou que o planeta transitou a estrela primária do sistema e, após cinco dias, transitou a secundária. Os autores observam também que este exoplaneta é um exemplo do potencial de descobertas do TESS em relação aos planetas circumbinários, com períodos orbitais acima da duração da janela de observação.

O artigo com os resultados do estudo será publicado na revista AAS, mas já pode ser acessado no repositório online arXiv.

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Fonte: Sci-News