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Exoplaneta do tamanho da Terra pode ter campo magnético e produzir auroras

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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National Science Foundation/Alice Kitterman
National Science Foundation/Alice Kitterman

Uma dupla de pesquisadores identificou um exoplaneta rochoso do tamanho da Terra com um possível campo magnético. Ele orbita uma estrela localizada a apenas 12 anos-luz de distância do Sistema Solar e pode responder a dúvida sobre magnetosferas em mundos distantes.

Campos magnéticos são importantes para planetas que abrigam vida, pois eles protegem a atmosfera dos ventos solares. Entretanto, as pistas sobre esses campos em mundos rochosos que orbitam estrelas que não o Sol são escassas.

Os autores do estudo observaram um sinal de rádio repetitivo emanando do planeta planeta YZ Ceti b, analisado com o radiotelescópio Karl G. Jansky Very Large Array. A descoberta sugere interações de um possível campo magnético do planeta e sua estrela, mais precisamente com o plasma estelar.

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Encontrar um campo magnético em um exoplaneta pequeno é difícil porque o sinal emitido precisa ser forte para ser detectado. Em exoplanetas gasosos do tamanho de Júpiter, os campos magnéticos são mais fáceis de observar, mas os pequenos mundos rochosos exigem um pouco mais de esforço — e uma técnica inteligente.

A primeira coisa a fazer é encontrar planetas do tamanho da Terra que estejam bem mais próximos de suas estrelas do que a Terra em relação ao Sol. Assim, esses mundos poderiam orbitar em meio ao plasma estelar e, caso possuam campos magnéticos, emitiriam um sinal de rádio.

No caso da estrela anã vermelha YZ Ceti e seu exoplaneta, YZ Ceti b, a distância é de 0,01634 UA curta o suficiente para uma órbita durar apenas dois dias — 44 vezes mais curta que Mercúrio ao redor do Sol, separados a uma distância de 0,46 UA. Uma vez tão perto da estrela, o planeta passa pelo plasma estelar formado por partículas eletricamente carregadas.

Quando isso acontece em qualquer objeto que possua um campo magnético, o resultado inevitável é a produção de ondas de rádio fortes o suficiente para serem observadas pelos grandes radiotelescópios terrestres. O passo seguinte é analisar o sinal e determinar a força do campo magnético daquele planeta.

Segundo os autores, esse sinal de rádio é, na verdade, semelhante à aurora boreal que vemos em nosso planeta, mas com uma grande diferença: lá, a aurora acontece na estrela (caso a descoberta seja confirmada).

Ainda há trabalho a ser feito para confirmar que YZ Ceti b possui mesmo um campo magnético, mas os autores estão confiantes que ele seja o melhor candidato encontrado até agora para receber a confirmação. Para bater o martelo, será necessário esperar pelos instrumentos de próxima geração.

O estudo foi publicado na revista Nature Astronomy.

Fonte: Nature, NSF