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Asteroide vai ocultar estrela Betelgeuse em dezembro

Por| Editado por Patricia Gnipper | 27 de Novembro de 2023 às 10h51

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ESO/L. Calçada
ESO/L. Calçada

A estrela Betelgeuse, localizada na constelação Órion, o Caçador, vai desaparecer temporariamente devido à passagem do asteroide 319 Leona. O fenômeno vai acontecer entre os dias 11 e 12 de dezembro, e vai ser visível por observadores que estiverem em uma faixa estreita, que vai da Ásia Central e sudeste da Europa à Flórida e México.

Betelgeuse é a estrela avermelhada no “ombro” do Caçador, e sua luz vai ser bloqueada por alguns segundos pelo asteroide. O Brasil está fora da área em que vai ser possível observar a passagem dele, mas a boa notícia é que a equipe do projeto Virtual Telescope criou a simulação abaixo, representando o evento:

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Além de ser fascinante, este fenômeno vai representar uma ótima oportunidade para astrônomos estudarem a estrela e o asteroide. Ao coletar dados precisos da duração da ocultação (ou seja, o tempo em que a estrela estiver coberta pelo asteroide), eles podem determinar o tamanho e formato da rocha espacial.

Conforme o asteroide se move, ele vai passar por grandes células de convecção — são elas as responsáveis pelo aumento e diminuição do brilho na estrela. “Podemos até obter informações sobre a distribuição destas células e ver se elas podem explicar a perda de massa em Betelgeuse, observada em grandes telescópios”, explicou o astrônomo Miguel Montargès, do Observatório de Paris.

Durante o Simpósio Europeu para Projetos de Ocultação (ESOP), astrônomos amadores e profissionais discutiram formas de observar o evento. O astrônomo Bernd Gährken sugeriu o uso de câmeras DLSR no modo vídeo, que podem registrar a diminuição do brilho da estrela. Outra possibilidade é usar filtros para observar as variações de diâmetro dela em diferentes comprimentos de onda.

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A estrela Betelgeuse

Também chamada de Alpha Orionis, Betelgeuse é uma estrela supergigante vermelha encontrada a 640 anos-luz da Terra na constelação Órion. Ela pertence às estrelas da classe M, formada principalmente por anãs vermelhas e de brilho fraco. Betelgeuse tem entre 8 e 8,5 milhões de anos, portanto, é uma estrela relativamente jovem.

Entretanto, ela já esgotou quase todo o hidrogênio em seu núcleo, sendo que o elemento é o combustível para a fusão nuclear que sustenta sua estrutura; sem ele, ela deve estar fundindo hélio em carbono e oxigênio. Quando encerrar a fusão nuclear, Betelgeuse vai colapsar sobre si própria até explodir em supernova.

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Nos últimos anos, o brilho dela variou em ciclos de 400 dias. Já em 2019, Betelgeuse perdeu brilho e intrigou astrônomos, que suspeitaram que, talvez, o grande momento tivesse chegado e que ela poderia estar prestes a explodir. No fim, um estudo publicado em 2021 revelou que o escurecimento foi causado por uma nuvem de plasma liberada por ela.

Fonte: Sky & Telescope