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Este exoplaneta é tão quente que suas rochas foram vaporizadas

Por| Editado por Patricia Gnipper | 15 de Junho de 2023 às 10h37

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Gemini Observatory/NOIRLab/NSF/AURA/J.da Silva/M. Zamani
Gemini Observatory/NOIRLab/NSF/AURA/J.da Silva/M. Zamani

A atmosfera do exoplaneta WASP-76b contém 11 elementos necessários para a formação de rochas, como magnésio, cálcio e níquel. Os elementos foram para lá porque sofreram vaporização, causada pelas altas temperaturas no planeta, e podem ajudar os pesquisadores a entender melhor a formação de mundos gasosos.

O exoplaneta WASP-76b tem tamanho parecido com o de Júpiter e fica a 634 anos-luz da Terra. Ele orbita sua estrela 12 vezes mais perto dela do que a órbita de Mercúrio ao redor do Sol, o que faz com que sua atmosfera chegue à temperaturas de 2.000 ºC. Um dos lados dele fica sempre voltado para sua estrela, enquanto é sempre noite no outro; por lá, chove ferro líquido.

As temperaturas extremas fizeram com que o planeta sofresse uma espécie de “inchaço”, aumentando seu volume em cerca de seis vezes o de Júpiter. Além disso, o calor é tanto que revela elementos formadores de rochas e minerais na atmosfera, que normalmente ficariam ocultos.

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Agora, estes elementos foram encontrados. Com o telescópio Gemini Norte, uma equipe de astrônomos observou o planeta enquanto passou em frente à sua estrela em diferentes ocasiões. Como resultado, eles descobriram crômio, ferro, sódio, potássio e mais elementos.

Na Terra, estes elementos iriam formar rochas, mas o exoplaneta é tão quente que foram vaporizados, sendo detectados no estado gasoso. Eles contribuem para a formação de gigantes gasosos, mas normalmente estes planetas são frios demais para a vaporização dos elementos; por isso, eles permanecem “invisíveis”.

Muitos dos elementos encontrados ocorrem em quantidade parecida com aquelas encontradas no Sol e na estrela que o exoplaneta orbita. Os autores suspeitam que isso seja mais que uma simples coincidência, e talvez represente uma nova evidência de que gigantes gasosos se formam a partir do gás e poeira dos discos protoplanetários. Se este for o caso, eles são formados de modo mais parecido com o nascimento das estrelas do que com aquele de planetas rochosos.

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Outro resultado de destaque do estudo é a detecção de óxido de vanádio, uma molécula que pode ter grande impacto na estrutura da atmosfera dos planetas gigantes. “Esta molécula tem papel similar ao ozônio, que é extremamente eficiente em aquecer a atmosfera superior da Terra”, explicou Stefan Pelletier, autor principal do estudo.

O artigo que descreve as descobertas foi publicado na revista Nature.

Fonte: Nature; Via: NOIRLab