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Esta empresa quer transformar o solo lunar em fertilizante para plantas

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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NASA
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A empresa norueguesa Solsys Mining está buscando formas de tratar o solo lunar para criar fertilizantes para o cultivo de plantas em nosso satélite natural. A iniciativa foi enviada a uma plataforma da Agência Espacial Europeia (ESA), e a equipe por trás do projeto está otimista após terem sucesso no cultivo de feijões a partir de regolito lunar simulado.

Diferentes agências espaciais vêm buscando formas para levar a presença humana permanente e sustentável na superfície da Lua; em algum momento, estes astronautas terão que produzir alimento por lá para sustentar a estadia em nosso satélite natural. É aqui que entram análises das amostras de solo lunar, trazidas à Terra por diferentes missões.

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A boa notícia é que o material mostrou que o solo da Lua tem minerais essenciais suficientes para o cultivo de vegetais, apesar de não conter nitrogênio. Por outro lado, a má é que o regolito lunar acaba compactado na presença de água, dificultando a germinação e crescimento das raízes das plantas.

Assim, os membros do projeto estão estudando as combinações de diferentes processos para extrair minerais do regolito lunar. Alguns elementos valiosos podem precisar de concentração maior antes de serem usados, enquanto outros, indesejados, teriam que ser removidos.

Para isso, eles propõem desenvolver uma arquitetura de processamento capaz de extrair nutrientes do regolito lunar. Estes nutrientes seriam usados para criar fertilizantes para um sistema de cultivo hidropônico em uma estufa; o cultivo hidropônico é um tipo de agricultura em que as raízes das plantas são alimentadas por uma água rica em nutrientes, eliminando a necessidade do uso do solo.

A ideia é desenvolver uma área mecânica para seleção do regolito que, depois, seria direcionado a um módulo central para processamento mais avançado. Depois, os nutrientes extraídos seriam dissolvidos na água, para serem enviados a um jardim hidropônico. No momento, a equipe está avaliando as etapas adequadas para o tratamento do regolito e do agente de lixiviação (a lixiviação é o processo de retirada natural de nutrientes do solo pela ação da água, que os carrega).

Malgorzata Holynska, engenheiro de materiais e processos na ESA, comentou a importância do projeto. “Alcançar a presença sustentável na Lua vai envolver o uso de recursos locais e ganho de acesso a nutrientes presentes no regolito lunar, com o potencial de ajudar a cultivar plantas”, explicou. “O estudo atual representa uma prova de princípio com o uso de regolito lunar simulado, e abre o caminho para futuras pesquisas mais detalhadas”.

Fonte: ESA (1, 2)