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Afinal, conhecemos mais da Lua ou do fundo do oceano?

Por| Editado por Patricia Gnipper | 17 de Janeiro de 2023 às 16h23

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Imagem: NASA/CC-BY-NC-ND-2.0
Imagem: NASA/CC-BY-NC-ND-2.0

A imensidão do oceano, e o quão pouco ainda conhecemos dele, tornou popular a frase “Nós sabemos mais da Lua do que do fundo do mar.” Mas essa frase, repetida por cientistas e comunicadores, é verdade? Dados levantados por biólogos marinhos e oceanógrafos dizem que não.

Um artigo publicado no portal The Conversation reconstrói esta história, buscando a origem desta afirmação e mostrando que ela não possui evidências científicas mensuráveis.

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O primeiro registro desta ideia data de 1954 e, na mesma década, um artigo publicado na Journal of the Royal Society of Arts diz que embora os oceanos “cubram dois terços da Terra, conhecemos mais da superfície da Lua do que do fundo do oceano.” Na época, a humanidade ainda não havia pousado no satélite natural do planeta e nem descido às profundezas da Fossa das Marianas.

Desde então, com os avanços na batimetria – a medição da profundidade dos corpos d’água – quase 25% do leito oceânico foi mapeado em alta resolução. Isso equivale a um total de 120 milhões de quilômetros quadrados: quase três vezes mais do que a superfície lunar. Outra comparação incorreta é em relação ao número de visitantes que cada lugar recebeu. Cerca de 40 pessoas já alcançaram as partes mais profundas da Fossa das Marianas, enquanto 24 estiveram na Lua e apenas 12 desembarcaram.

Se os números mostram que a afirmação é, no mínimo, ultrapassada, por que ela ainda é repetida? Tanto a Lua quanto as profundezas do oceano soam distantes, inóspitas e inacessíveis. Nosso satélite natural, porém, está ao alcance dos olhos. Diariamente vemos seu ciclo e somos afetados por sua influência, como nas marés, por exemplo.

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É fato que ainda há muito para se conhecer e estudar no fundo dos mares e oceanos, mas continuar a repetir a frase enganosa do começo do texto significa ignorar os avanços científicos de quase 70 anos na oceanografia.

Fonte: The Conversation