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Essas podem ser as primeiras evidências de atividade tectônica em um exoplaneta

Por| Editado por Patricia Gnipper | 08 de Março de 2021 às 15h50

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NASA
NASA

Novos estudos apontam o LHS 3844b como o primeiro planeta fora do Sistema Solar a possuir atividade tectônica — quer dizer, o primeiro que já fomos capazes de detectar. A partir de dados obtidos em observações do exoplaneta, que é um planeta rochoso pouco maior do que a Terra, foi possível criar simulações avançadas que indicam também a ausência de atmosfera.

Ao que tudo indica, o exoplaneta pode estar gravitacionalmente travado por conta das forças de maré com sua estrela hospedeira. De maneira permanente, o lado diurno pode atingir cerca de 800 °C e em seu lado noturno cerca de -250 °C. Segundo o astrônomo Tobias Meier, da Universidade de Berna, na Suíça: "pensamos que esse forte contraste de temperatura poderia afetar o fluxo de material no interior do planeta".

Através das observações da curva de brilho do planeta somada a suas possíveis temperaturas em simulações, o grupo de cientistas acredita que ocorra um fluxo de material subterrâneo nos hemisférios. Na maioria das vezes, é apontado apenas um fluxo ascendente de um lado do planeta e um fluxo descendente do outro. Em alguns cenários esses movimentos foram invertidos, atividade incomum aos movimentos tectônicos conhecidos na Terra. Conforme aponta o geofísico Dan Bower, da Universidade de Berna e um dos autores do artigo publicado na Astrophysical Journal Letters: "com base no que estamos acostumados da Terra, seria de esperar que o material no lado quente do dia fosse mais leve e, portanto, flua para cima e vice-versa".

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Tais movimentos podem levar a uma atividade tectônica nunca antes observada. Segundo Bower: "em qualquer lado do planeta em que o material flua para cima, seria de esperar uma grande quantidade de vulcanismo naquele lado específico". Um resultado disso, como sugerem os cientistas, é que o LHS 3844b teria um hemisfério repleto de vulcões e no outro lado dificilmente teria algum, e essa diferença seria explicada pelo contraste de temperatura ao redor do planeta.

Agora a grande expectativa é aguardar disposição de novos telescópios mais poderosos para analisar o exoplaneta com mais eficiência, ajudando a confirmar o que acontece na superfície do LHS 3844b. "Por exemplo, com um mapa de alta resolução da temperatura da superfície que pode apontar para uma maior liberação de gases do vulcanismo ou detecção de gases vulcânicos. Isso é algo que esperamos que pesquisas futuras nos ajudem a entender", acrescenta Meier.

O artigo com mais detalhes sobre os dados do exoplanetas pode ser acessado na Astrophysical Journal Letters.

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Fonte: Science Alert