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A Lua ainda é geologicamente ativa? Áreas sem regolito indicam que sim; entenda!

Por| 04 de Maio de 2020 às 16h09

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Unsplash
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Por muito tempo, cientistas consideraram que a Lua fosse um corpo “morto”, ou seja, sem quaisquer tipos de atividades geológicas. No entanto, rochas recém-expostas mostram que o nosso satélite natural, na verdade, parece exibir processos tectônicos ativos que teriam começado com um impacto de muito tempo atrás — que quase destruiu a Lua.

De acordo com um novo estudo liderado por Adomas Valantinas, estudante de pós-graduação da Universidade de Berna, na Suíça, as novas evidências da atividade sísmica lunar são pontos espalhados pelo lado próximo da Lua (o lado que sempre está voltado para a Terra), onde a rocha é visivelmente exposta.

A maior parte da superfície lunar é coberta pelo pó chamado regolito, mas Valantinas usou dados da sonda Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO), da NASA, para detectar os estranhos pontos descobertos dentro e ao redor das grandes manchas escuras chamadas mares lunares. Como é bastante raro encontrar algo que não é coberto pelo regolito por lá, isso chamou a atenção dos pesquisadores.

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Esses blocos expostos na superfície “têm uma vida útil relativamente curta, porque o acúmulo de regolitos está acontecendo constantemente”, disse Peter Schultz, coautor do estudo. Por isso, ele conclui que “quando esses blocos são vistos, é preciso haver uma explicação de como e porque eles foram expostos em determinados locais”. De acordo com a pesquisa, eles são evidências de atividade sísmica iniciada há 4,3 bilhões de anos que pode ainda existir nos dias hoje.

Outro ponto interessante desse estudo é que as cordilheiras analisadas parecem não ter relação com as bacias de rochas expostas vistas anteriormente, que já foram preenchidas com lava. "A distribuição que encontramos aqui pede uma explicação diferente", disse Schultz.

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Schultz e Valantinas sugerem que os cumes analisados ainda estão subindo, em um movimento que quebra a superfície e permite que o regolito escoe por rachaduras, deixando os blocos expostos. Eles deram até um nome para a atividade sísmica da Lua: ANTS, sigla para Active Nearside Tectonic System. Os pesquisadores acreditam que o ANTS começou bilhões de anos atrás por causa de um impacto gigantesco no lado afastado da Lua.

Em estudos anteriores, Schultz sugere que esse mesmo impacto formou a Bacia do Polo Sul-Aitken. Isso teria destruído o interior do lado próximo e o magma teria preenchido essas rachaduras. Assim, o ANTS até hoje deixaria contínuas rugas ao longo dessa região enfraquecida. “A lua tem uma memória longa. O que estamos vendo hoje na superfície é um testemunho de sua longa memória e segredos que ainda guarda”, disse Schultz.

Fonte: Brown University