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Esfera de vidro oferece pistas inéditas sobre profundezas ocultas da Lua

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NASA/Unsplash
NASA/Unsplash

Cientistas liderados por Chen-Long Ding, da Universidade de Nanjing, estudam uma pequena esfera de vidro coletada pela missão chinesa Chang’e 5 para desvendar o que há nas profundezas da Lua. A minúscula faz parte do 1,7 kg de amostras de regolito lunar coletadas em 2020 em Oceanus Procellarum, uma vasta planície de lava no lado visível do satélite natural terrestre.

Lançada em 2020, a Chang’e 5 viajou rumo a Oceanus Procellarum, o Oceano das Tormentas, devido ao interesse científico do local: a região tinha amostras muito mais jovens que aquelas coletadas pelos astronautas do programa Apollo. Por isso, o material ali poderia ajudar os cientistas a entenderem o porquê de esta área da Lua ter continuado geologicamente ativa, enquanto as demais estavam adormecidas. 

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A missão desceu a um platô marcado por mais de 100 mil crateras com mais de 100 m de diâmetro. Após analisar as amostras, os cientistas do novo estudo encontraram a esfera de vidro e suspeitam que ela foi formada por processos lunares a alta temperatura, ocorridos há 68 milhões de anos. 

O que torna a pequena conta diferente das demais amostras é sua composição química: ela é rica em óxido de magnésio, mas a região é dominada por rochas vulcânicas. Por isso, os cientistas suspeitam que ela provavelmente foi formada do material escavado por algum grande asteroide que teria atingido nosso satélite natural. 

Tim Johnson, coautor do estudo, acredita que a análise do material representa um passo importante na compreensão de como a Lua evoluiu internamente. “Se estas amostras realmente forem pedaços do manto [lunar], então elas nos dizem que impactos podem escavar materiais do manto à superfície que seriam inacessíveis de outra forma”, concluiu. 

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Fonte: Science