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Encontradas mais evidências de que superfície da lua Europa libera jatos de água

Por| 13 de Maio de 2020 às 08h09

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ASA/ ESA/ K. Retherford/ SwRI
ASA/ ESA/ K. Retherford/ SwRI

Dentro de alguns anos, a NASA enviará uma sonda para tentar confirmar se abaixo da crosta congelada da lua Europa, de Júpiter, há mesmo um oceano de água líquida, como se suspeita. Desde imagens capturadas na década de 1990 pela missão Galileo, acredita-se que sua crosta tenha pelo menos vários quilômetros de espessura, protegendo um vasto oceano subterrâneo. E um novo estudo revela novas evidências de que há, sim, nuvens de vapor escapando do subterrâneo para a superfície.

Em fotos de Europa, vemos uma série de “cicatrizes” que riscam a superfície desta lua. Elas são, na verdade, uma série de rachaduras que parecem ser causadas pela atração gravitacional que Júpiter exerce sobre tal lua, quebrando o gelo em vários lugares. Isso significa que as áreas azuladas nas fotos de Europa representam gelo, e as linhas marrons são alguma outra coisa exposta pelas rachaduras.

O novo estudo, liderado pelo pesquisador da agência espacial europeia ESA, Hans Huybrighs, busca encontrar sinais de atividade abaixo dessas camadas de gelo. Para isso, a equipe usou estudos anteriores do campo magnético de Europa, realizados pela Galileo no ano2000, e procurou entender por que há menos prótons em movimentos rápidos do que o esperado nesses dados.

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Inicialmente, cientistas cogitaram que isso aconteceu porque Europa obscureceu o detector e impediu que essas partículas carregadas, geralmente numerosas, fossem medidas. No entanto, Hans e seus colegas descobriram que a baixa quantidade de prótons se deve a uma nuvem de vapor de água lançando-se ao espaço e interferindo nos campos magnéticos da região.

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A existência dessas plumas em Europa é cogitada há algum tempo, mas evidências só foram encontradas na última década. Se elas existirem mesmo, devem oferecer uma ótima maneira de acessar o conteúdo do oceano subterrâneo da lua e descobrir suas características — e é exatamente isso o que a NASA pretende fazer, pois a Europa Clipper sobrevoará este satélite natural jupteriano, passando por entre tais plumas para analisá-las com uma série de instrumentos científicos.

A nova evidência também é uma boa notícia para a ESA, especialmente para os responsáveis pela missão JUICE, planejada para ser lançada em 2022 com o objetivo de estudar Júpiter e suas luas. A sonda terá o equipamento necessário para analisar diretamente partículas dentro das plumas de vapor de água de Europa, verificando a potencial habitabilidade de seus oceanos subterrâneos.

Fonte: ESA