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Empresa britânica vai criar tecnologia para extrair oxigênio de rochas lunares

Por| 10 de Novembro de 2020 às 10h35

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CNSA/CLEP
CNSA/CLEP

A NASA tem planos para levar astronautas novamente para a Lua em um futuro nada distante e, se tudo correr bem, estabelecer a presença humana sustentável em nosso satélite natural ainda nessa década. Para que tudo isso aconteça, os astronautas vão precisar de oxigênio por lá. Assim, a empresa britânica Metalysis foi contemplada com um contrato com a Agência Espacial Europeia (ESA) para desenvolver uma tecnologia que será capaz de transformar a poeira e rochas lunares em oxigênio. O contrato faz parte da estratégia de recursos espaciais da agência.

Agora, a empresa terá nove meses de apoio da ESA para aperfeiçoar o processo eletroquímico que libera o oxigênio da poeira e das rochas da Lua por meio de uma corrente elétrica que corre pelo material. Esse processo já é utilizado na Terra só que, nessa aplicação, o oxigênio é liberado como um subproduto indesejado da extração mineral. Então, no caso dos futuros exploradores lunares, seria preciso capturar e também armazenar o oxigênio, enquanto alumínio, ferro e outros metais em pó seriam formados também e usados para construções lunares.

Sob o contrato, a empresa vai tentar aumentar o rendimento e a pureza do oxigênio e metais das rochas e tentar reduzir a quantidade de energia que esse processo consome. Tudo isso irá implicar em redução de custos e de tempo.

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Ian Mellor, diretor da Metalysis, comenta que a empresa está feliz por se envolver neste programa: “o processo poder produzir oxigênio e metal em pó é único, e oferece possíveis soluções para áreas-chave da ESA”, diz. Se essa tecnologia apresentar bom desempenho, o próximo passo será colocá-la em prática em uma demonstração de extração de oxigênio na Lua. A eficiência desse processo será uma peça importante na construção do caminho para futuras instalações de extração por lá que sejam capazes de produzir oxigênio e materiais importantes, para que não seja preciso levá-los da Terra. Mark Symes, professor que trabalha neste processo na Universidade de Glasgow, explica que as rochas lunares representam uma enorme potencial fonte de oxigênio. "Não existe oxigênio livre na Lua, então os astronautas teriam que levar todo o oxigênio necessário com eles tanto para o suporte à vida quanto para a jornada de volta. Isso aumenta consideravelmente o peso e os custos dos lançamentos de foguetes para a Lua", disse.

Segundo análises feitas nas rochas trazidas da Lua, o oxigênio é responsável por quase metade do peso do material, enquanto o restante é formado, em grande parte, por ferro, alumínio e silício. Além disso, um estudo da ESA já demonstrou que seria possível extrair oxigênio do regolito lunar e reutilizar os metais que restarem do processo; assim, o oxigênio obtido a partir da superfície lunar poderia ser usado tanto para o ar da respiração quanto em propelentes de foguete que seriam usados para reabastecer naves. "Se você quiser ir mais longe no espaço, é como se fosse um posto de gasolina na Lua para ir ao espaço profundo", finaliza Mellor.

Durante longos anos, a exploração espacial presencial esteve restrita às missões feitas na Estação Espacial Internacional. Agora, o foco está na direção da construção da estação Gateway, que faz parte do programa Artemis e ficará em órbita à volta da Lua para dar suporte às missões do programa, além de servir como "pit- stop" para futuras missões em Marte.

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Fonte: The Guardian, Metalysis