Publicidade

Diretor da Roscosmos é demitido por Putin

Por| 15 de Julho de 2022 às 12h30

Link copiado!

Presidential Press and Information Office
Presidential Press and Information Office

Num ato surpreendente, o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, demitiu o bombástico Dmitry Rogozin, agora ex-diretor da agência espacial do país (|Roscosmos). A decisão foi comunicada nesta sexta-feira (15) em um curto decreto de dois parágrafos entitulado "Sobre D.O. Rogozin".

Continua após a publicidade

A causa da demissão não foi anunciada. Rogozin será substituído por Yuri Borisov, que ocupava o cargo de vice primeiro-ministro russo de espaço e defesa. A decisão entra em efeito imediatamente.

Rogozin assumiu o cargo de diretor da Roscosmos em 2018. Ferozmente leal a Putin e à linha oficial do governo, ele passou os últimos quatro anos ameaçando parceiros como os EUA e a ESA, especialmente desde o ínicio da invasão russa à Ucrânia.

Desde fevereiro ele ameaçou abandonar o astronauta norte-americano Mark Vande Hei em órbita, suspendeu a venda de motores de foguete russos para empresas dos EUA, sugerindo que voassem em "vassouras", e até mesmo sugeriu deixar a ISS cair sobre os EUA caso o governo norte-americano impusesse sanções à indústria aeroespacial de seu país.

Continua após a publicidade

Recentemente cosmonautas russos a bordo da ISS exibiram as bandeiras de Luhansk e Donetsk, territórios ucranianos ocupados por forças russas. As imagens foram publicadas no canal oficial da Roscosmos no Telegram, acompanhadas de mensagens celebrando a "libertação" das regiões.

Embora não fosse assinada por Rogozin, a publicação da mensagem e fotos em um canal oficial da Roscosmos foi tão ultrajante que gerou uma reação oficial da NASA, que normalmente se abstém de comentar a tensa situação política entre a Rússia e EUA e tenta passar uma sensação de normalidade nas operações da ISS.

"A NASA repreende fortemente a Rússia por usar a Estação Espacial Internacional para fins políticos para apoiar sua guerra contra a Ucrânia", disse a NASA em um comunicado. "Isso é fundamentalmente inconsistente com o objetivo principal da estação entre os 15 parceiros internacionais de avançar a ciência e desenvolver tecnologia para fins pacíficos".