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Destaques da NASA: fotos astronômicas da semana (26/03 a 01/04/2022)

Por| Editado por Patricia Gnipper | 02 de Abril de 2022 às 11h00

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C. Fairbairn/D., E. Benson/NASA, Johns Hopkins Uni/APL, SwRI
C. Fairbairn/D., E. Benson/NASA, Johns Hopkins Uni/APL, SwRI
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Plutão foi um dos grandes destaques desta semana após a publicação de um novo estudo que descreve os efeitos de erupções de vulcões gelados na paisagem de lá. Um dos grandes destaques das imagens astronômicas desta semana é um registro do planeta anão, capturada pela sonda New Horizons durante sua aproximação máxima.

Já outras imagens trazem belíssimas astrofotografias do céu noturno em diferentes lugares do mundo — inclusive no Brasil! Uma das fotos foi feita no Rio de Janeiro, e mostra Vênus e Marte brilhando, juntos, durante uma conjunção. Por fim, aproveite também para conferir uma imagem de galáxias em colisão e até um vídeo, que mostra emissões misteriosas de rádio.

Confira:

Sábado (26) — Noite em Plutão

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Em 2006, a NASA lançou a missão New Horizons com destino a Plutão, e em 2015 a sonda realizou sua aproximação máxima deste mundo distante. Cerca de 19 minutos após a passagem, a nave capturou este registro do planeta anão, a uma distância de cerca de 21 mil quilômetros. A imagem tem resolução de 430 metros por pixel, e foi produzida pelo instrumento Ralph/Multispectral Visual Imaging Camera (MVIC).

A imagem foi produzida quando o Sol estava no lado oposto em relação a Plutão, sob a perspectiva da New Horizons. Assim, devido à posição, a luz do nosso astro atravessa e ilumina as camadas atmosféricas de névoa do planeta anão. Já a luz que incidiu sobre a superfície destaca algumas formações interessantes. Uma delas está na parte superior da imagem; ali, você vê alguns detalhes de Sputnik Planum, planícies de nitrogênio congelado, e as montanhas dos chamados Montes Norgay.

Já a parte inferior da imagem mostra alguns detalhes do lado noturno de Plutão. É possível perceber na silhueta que o relevo ali é marcado por textura irregular, com vales amplos e cumes afiados. Esta área da imagem, em particular, ofereceu aos cientistas da New Horizons uma visão detalhada e rara desta misteriosa região em Plutão.

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Domingo (27) — Os mares de Titã

Este é um mosaico colorido digitalmente que nos mostra um pouco das diferenças entre os materiais que compõem a superfície ao redor dos lagos de Titã, a maior lua de Saturno, formados por hidrocarbonetos. Este satélite natural é o único outro local no Sistema Solar onde se sabe da existência de líquidos estáveis em sua superfície — mas, neste caso, os tais líquidos são uma mistura de etano e metano, não água.

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No canto superior esquerdo da imagem vemos um forte reflexo do céu ao sul de Kraken Mare, o maior mar de Titã. Ali, há uma margem brilhante formada por depósitos de compostos evaporados, o que sugere que o mar já foi maior no passado, mas diminuiu em função da evaporação. Estes depósitos parecem ser formados pelos materiais que restam após o etano e metano líquidos evaporarem.

Os dados de mais alta resolução obtidos durante o sobrevoo registraram o grande labirinto de canais que conecta Kraken Mare a Ligeia Mare, outro grande mar de Titã. Este está parcialmente encoberto em sua porção norte por uma camada de nuvens brilhantes, formadas por pequenas gotas de metano líquido. É possível que estas nuvens estejam "abastecendo" os lagos através de chuvas do composto.

Segunda-feira (28) — O brilho no céu nas Maldivas

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Esta é a pequena ilha de Madivaru, localizada ao sul de Finolhu, fotografada no início de março de 2022. Naquela noite, o astrofotógrafo Petr Horálek conseguiu registrar verdadeiras joias brilhando no céu sobre a ilha: no centro da imagem, por exemplo, você encontra Magalhães, Mimosa, Pálida e Rubídea; estas são as estrelas que formam o Cruzeiro do Sul, a constelação mais conhecida do hemisfério sul, sendo também uma das mais importantes para os povos que vivem nesta região.

No lado esquerdo da imagem, há uma dupla de estrelas que, logo de primeira, chama a atenção pelo brilho intenso. Ali, estão, Alpha e Beta Centauri; pode não parecer, mas Alpha Centauri é formada por três estrelas gravitacionalmente unidas, sendo que uma delas tem exoplanetas em sua órbita. Se pudéssemos viajar até Alpha Centauri e procurássemos o Sol, provavelmente veríamos nosso astro com uma estrela brilhante e amarelada.

Ainda do lado esquerdo, sob Alpha e beta Centauri, está a estrela Proxima. Por fim, o brilho avermelhado no lado direito da imagem vem da Nebulosa Carina, uma das maiores nebulosas difusas do céu noturno. Localizada a cerca de 7.500 anos-luz de nós, observar esta nebulosa é uma forma de ver também uma região formadora de estrelas.

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Terça-feira (29) — Vênus e Marte

O astrofotógrafo Carlos "Kiko" Fairbarn teve grande sorte durante sua estadia em Teresópolis (RJ). Ele passou apenas três dias aproveitando a cidade, mas as boas condições climáticas, somadas à fase nova da Lua, fizeram com que o curto período fosse mais que suficiente para capturar Vênus e Marte juntos no céu, durante uma conjunção planetária; o primeiro planeta aparece à direita, e o segundo, à esquerda.

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A foto foi feita quando Vênus estava "subindo" lentamente pelo céu pouco antes do amanhecer, enquanto Marte iria se "pôr" em breve. Aliás, quem acordou cedo nos úlitmos dias pode ter percebido Saturno acompanhando a dupla de planetas na direção leste, um pouco antes do Sol nascer. Já no início de abril, Saturno e Marte vão aparecer brilhando no céu, bastante próximos um do outro.

As conjunções ocorrem quando os planetas aparentam ocupar o mesmo espaço no céu noturno devido a um alinhamento — que, na verdade, vem muito mais da nossa perspectiva de observação da Terra, já que, embora pareçam próximos, eles estão a distâncias entre si que chegam a milhões de quilômetros.

Quarta-feira (30) — Círculos de rádio misteriosos

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Os anéis esverdeados deste vídeo são uma representação da possível origem dos ORCs, a sigla em inglês que descreve os chamados "círculos estranhos de rádio". Estes objetos misteriosos foram identificados pela primeira vez com o radiotelescópio Australian SKA Pathfinder Array, em 2019. Estes objetos são visíveis somente em frequências de rádio e, como o nome indica, suas origens ainda não são totalmente compreendidas.

Assim, esta animação explora uma possível origem dos ORCs: caso dois buracos negros supermassivos (aqueles com bilhões de massas solares) passem por uma fusão no interior de uma galáxia, as ondas de choque associadas ao evento podem gerar anéis de radiação em rádio — repare que, em determinado momento, estes anéis conseguem até preencher o enquadramento do vídeo.

Observações de cinco ORCs já confirmados sugterem que, deste total, três ficam ao redor de galáxias com buracos negros supermassivos em seu interior. Como estes objetos costumam expelir grandes jatos de material poderosos a altíssimas velocidades, a localização sugere que os anéis sejam o resultado de grandes explosões galácticas.

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Quinta-feira (31) — Colisão galáctica

A cerca de 60 milhões de anos-luz de nós, há duas galáxias em colisão. Apesar de o processo durar algumas centenas de milhões de anos, raramente as estrelas das galáxias NGC 4038 e NGC 4039 colidem entre si. Já as grandes nuvens de gás molecular e poeira de ambas não escapam dos encontros, e dão início a episódios intensos de formação estelar.

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Esta imagem mostra as caudas de maré, formadas pelas interações gravitacionais entre as galáxias. Durante estas interações, o gás e as estrelas das galáxias são “arrancados” das áreas mais externas delas, formando duas caudas: uma à frente e outra atrás de cada galáxia. Como estas estruturas podem continuar existindo mesmo após o fim do processo de fusão, elas são consideradas um sinal de um processo recente.

Juntas, as caudas formam uma estrutura que lembra um arco ou uma antena — daí, o par de galáxias catalogado como "Arp 244" acabou conhecido pelo apelido "Galáxias das Antenas”, que combina muito bem. O registro da colisão das galáxias foi produzido após o acúmulo de 88 horas de exposição, capturadas entre 2012 e 2021.

Sexta-feira (1º) — Pôr do Sol na Itália

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Esta foto foi feita no dia 27 de março, na Itália. Graças à névoa presente no local, o fotógrafo conseguiu capturar tanto os detalhes arquitetônicos quanto os detalhes do pôr do Sol. Na imagem, o disco da nossa estrela aparece com algumas manchas solares escuras, presentes em regiões ativas do nosso astro — tanto que, apenas um dia após o registro, as sondas que estudam o Sol observaram explosões solares e ejeções de massa coronal.

Durante as explosões, ocorrem intensas emissões de radiação eletromagnética na superfície solar. Estes eventos costumam acontecer nas regiões ativas do Sol, geralmente acompanhados de ejeções de massa coronal, quando nossa estrela libera grande quantidade de plasma no vento solar (o nome dado ao fluxo de partículas carregadas, expelido pelo Sol), e estas emissões podem alcançar a magnetosfera da Terra.

Quando isso acontece, as partículas vindas das emissões podem causar auroras coloridas no céu; mas, em caso mais raros, elas também são capazes de danificar equipamentos elétricos e eletrônicos. As ejeções ocorridas entre os dias 30 e 31 de março formaram auroras em regiões a altas latitudes, além de afetar temporariamente a comunicação por rádio.

Fonte: APOD