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Destaques da NASA: fotos astronômicas da semana (26/02 a 04/03/2022)

Por| Editado por Patricia Gnipper | 05 de Março de 2022 às 11h00

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J. Dai/NASA, Apollo 8, Bill Anders/J. Weigang/V. Pelenjow
J. Dai/NASA, Apollo 8, Bill Anders/J. Weigang/V. Pelenjow
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As imagens destacadas pela NASA nesta semana nos trouxeram alguns registros com novas perspectivas. Por exemplo, você encontrará uma foto feita pelos astronautas da Apollo 8, que mostra a Terra "nascendo" no horizonte lunar. Mas, aqui, ela foi editada com técnicas de processamento digital, que trouxeram mais cores e nitidez do que nunca. Já em outra, vemos a Lua de um jeito diferente: ao invés de observá-la através de um telescópio, vemos a imagem proejtada em uma superfície.

Outros objetos fascinantes também apareceram por aqui, como galáxias e até um remanescente de nebulosa, formado pela morte de uma estrela massiva, cujas cores e formas nos dizem um pouco do que aconteceu com ela no passado.

Confira:

Sábado (26) — A galáxia NGC 4945

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Pode não parecer, mas a galáxia acima tem quase o mesmo tamanho da Via Láctea. Catalogada como “NGC 4945”, esta é uma galáxia do tipo espiral barrada, ou seja, possui uma estrutura em forma de barra em seu centro, composta por estrelas. Geralmente, essas barras podem afetar os movimentos das estrelas, do gás interestelar presente na galáxia e até mesmo o formato de seus braços.

A NGC 4945 é formada por um disco repleto de poeira, e as cores de seu disco nos dão algumas pistas sobre o que existe por lá: nas áreas azuladas, há aglomerados estelares formados por grupos de estrelas jovens. Já nas regiões rosadas, estão berçários estelares, que se destacam na imagem.

Embora o centro dela esteja oculto aos “olhos” dos telescópios ópticos, observações da luz infravermelha e de raios X indicam a ocorrência de emissões altamente energéticas, junto de intensa formação estelar no núcleo da galáxia. Apesar de estar oculto, mas a atividade do núcleo indica que, ali, está um buraco negro supermassivo.

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Domingo (27) — O nascer da Terra

Há cerca de 53 anos, os astronautas Bill Anders, Frank Borman, e Jim Lovell, da missão Apollo 8, fizeram uma foto que se viria a se tornar uma das mais famosas e influentes da história. Os três se tornaram os primeiros homens a deixar nosso planeta e viajar rumo a outro corpo no espaço e, juntos, realizaram uma transmissão ao vivo da órbita lunar, mostrando imagens da Terra vista do espaço.

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Na ocasião, Lovell ficou fascinado pela visão. "A vasta solidão é inspiradora, e faz você perceber o que tem aqui na Terra", comentou. Só que o que nem todos sabem é que a imagem icônica foi a segunda feita do nosso planeta nascendo sobre o horizonte lunar. Mas, para não sermos injustos, vale lembrar que a foto é, de fato, o primeiro registro colorido desta cena com a Terra.

Através de técnicas de edição digital, foi possível processar as demais fotos feitas pelos tripualantes da missão. O resultado é a imagem de tirar o fôlego que você viu acima, que nos mostra um pouco da visão que os astronautas tiveram ao se aventurar para além do nosso planeta. Nada mau, não é?

Segunda-feira (28) — Lua projetada

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Esta foto nos mostra um jeito diferente de descobrir para qual objeto um telescópio está apontado: caso você não queira observar algum astro através dele, pode optar por projetar a imagem do objeto em uma grande superfície, como o astrofotógrafo fez. Este método é bem vantajoso principalmente no caso de objetos extremamente brilhantes, porque ajuda a diluir a luminosidade excessiva delas.

A diluição seria bastante útil para observações do Sol, por exemplo. Mas, neste caso, o fotógrafo preferiu projetar a imagem da Lua cheia, ocorrida há cerca de duas semanas. Quando faltavam apenas algumas horas para nosso satélite natural aparecer no céu, ele apontou o telescópio do observatório Saint-Véran para ela, e conseguiu esta belíssima projeção da Lua na folha.

Além da beleza, a Lua cheia inspira nomes variados, escolhidos de acordo com as culturas locais. Por isso, povos da Europa, Estados Unidos e outras regiões deram nomes diferentes para a fase, geralmente relacionados com a estação em questão — por exemplo, a Lua cheia de fevereiro é conhecida como "Lua de neve", mas algumas tribos norte-americanas a chamam de "Lua da Fome", em função da escassez dos alimentos no inverno.

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Terça-feira (01) — Luz zodiacal, a Via Láctea e mais

Esta foto, feita em Kanding, na China, mostra duas faixas brilhantes no céu. A do lado esquerdo, com formato que lembra o de um cone, é a luz zodiacal, formada pela luz do Sol refletida pela poeira interplanetária que orbita nosso astro. Caracterizada por um brilho em formato triangular, o melhor momento para observar a luz zodiacal é durante o crepúsculo, na primavera, e antes do nascer do Sol, no outono.

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Já do lado direito, está a faixa central da Via Láctea, galáxia formada por cerca de 40 bilhões de estrelas, acompanhadas por gás e poeira. Como o Sol orbita a Via Láctea em seu disco, vemos a parte interna deste disco, que aparece como uma faixa brilhante no céu noturno. Esta faixa pode ser observada o ano inteiro — contanto que você esteja distante da poluição luminosa.

O astrofotógrafo conseguiu também capturar o rastro brilhante deixado pela passagem de um meteoro, presente no lado esquerdo da foto. Por fim, quase ao centro da imagem, está a galáxia Andrômeda, com cerca de 200 mil anos-luz de extensão. Localizada a 2,5 milhões de anos-luz de nós, Andrômeda é considerada o objeto mais distante visível a olho nu.

Quarta-feira (02) — Uma grande explosão solar

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Em janeiro, a sonda Solar Orbiter registrou, na luz ultravioleta, a maior proeminência solar já capturada em uma única imagem, que mostra o fenômeno junto do disco da nossa estrela — pode não parecer, mas a proeminência em questão era tão grande que se estendeu por um comprimento comparável ao diâmetro do Sol, de impressionantes 1.392.700 km.

As proeminências solares ficam presas à fotosfera (a superfície do Sol) e se estendem pela coroa (a atmosfera mais externa do astro). Elas são formadas por plasma, o gás composto por hélio e hidrogênio eletricamente carregados. O plasma flui pela estrutura emaranhada dos campos magnéticos do Sol; contudo, chega um momento em que fica instável e “explode”, liberando o plasma; eis que temos, então, uma proeminência.

Estes fenômenos são capazes de expelir gás a altíssimas temperaturas pelo Sistema Solar, através das chamadas ejeções de massa coronal (CME). Aliás, foi este o caso desta proeminência, mas a CME produzida estava voltada para a direção oposta à da Terra. Hoje, o mecanismo de energia que cria e sustenta as proeminências solares é alvo de diversas pesquisas.

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Quinta-feira (03) — Galáxia espiral

Na direção da constelação da Ursa Maior, a aproximadamente 46 milhões de anos-luz de nós, está a galáxia NGC 2841. Esta é uma galáxia do tipo espiral, mas ao contrário das demais que apareceram aqui, ela não tem uma barra espiral em seu centro. As galáxias espirais sem barra são um dos tipos gerais de galáxias descritos no sistema de classificação de Vaucouleurs.

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Esta imagem mostra detalhes interessantes na galáxia, como seu núcleo brilhante, o disco galáctico e regiões externas brilhantes. Em meio aos braços espirais, estão faixas de poeira, pequenas regiões formadoras de estrelas e jovens aglomerados estelares — em paralelo, várias outras galáxias espirais exibem grandes braços, com grandes berçários estelares.

A NGC 2841 tem diâmetro de 150 mil anos-luz, o que a torna ainda maior que a Via Láctea, e imagens de raios X sugerem que os ventos e explosões estelares vêm criando plumas de gás quente, que se estendem em um halo ao redor da galáxia. Esta imagem foi capturada ao longo de 32 noites ao longo de novembro, dezembro e janeiro.

Sexta-feira (04) — Nebulosa do Caranguejo

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Esta é a Nebulosa do Caranguejo, mas é possível que você já a tenha visto com outro nome, como "M1", por exemplo. É que esta designação foi dada por Charles Messier, astrônomo francês que criou o que ficou conhecido como "Catálogo de Messier", um catálogo que lista objetos que não são cometas e que se tornou uma das listas mais famosas de objetos astronômicos.

Pois bem, o primeiro objeto deste catálogo é a Nebulosa do Caranguejo — daí o nome "M1". Hoje, já sabemos que ela é um remanescente de supernova, uma grande onda de choque formada por materiais ejetados. Estes materiais foram expelidos após a morte de uma estrela massiva, que consumiu todo o combustível para a fusão nuclear que sustentava seu núcleo e, assim, explodiu em supernova.

A morte da estrela que originou este remanescente foi observada na Terra no ano 1054, mas esta imagem oferece uma visão bastante moderna dela: nela, estão dados dos observatórios Chandra (raios X), XMM-Newton (luz ultravioleta), Hubble (luz visível) e Spitzer (luz infravermelha), que aparecem em roxo, azul, verde e amarelo, respectivamente.

Fonte: APOD