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Destaques da NASA: fotos astronômicas da semana (06/11 a 12/11/2021)

Por| Editado por Patricia Gnipper | 13 de Novembro de 2021 às 11h00

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NASA, ESA, Hubble; Chandra/R. Pohl/M. Lefranc/M. Sherick
NASA, ESA, Hubble; Chandra/R. Pohl/M. Lefranc/M. Sherick
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A seleção mais recente de imagens astronômicas disponibilizadas pela NASA no site Astronomy Picture of the Day está bastante variada. Em meio às fotos, você encontrará imagens de uma galáxia e nebulosas brilhantes e coloridas, acompanhadas por alguns registros fora do comum. Um deles é um breve vídeo, que mostra um brilho aparecendo durante o pôr do Sol com uma cor bem diferente daquela que estamos acostumados. Em outro, você verá um mosaico formado por mais de 200 imagens astronômicas simuladas, sendo que somente uma delas é a "verdadeira".

Veja mais abaixo:

Sábado (6) — O céu nas montanhas

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Durante uma noite de agosto, esses amigos decidiram fazer uma pausa aproveitar esta bela visão do céu noturno, proporcionada após escalar o Plateau d'Emparis, nos Alpes Franceses. Eles estavam a 2.400 m de altitude, mais que suficiente para observar o céu sem a interferência de luzes artificiais — a iluminação no primeiro plano da imagem, formado por um panorama, vem da Lua. Acima da dupla, vemos um pouco do plano da Via Láctea e encontramos também Cassiopeia e Perseus, duas estrelas brilhando no lado esquerdo da imagem.

Já a nuvem difusa e brilhante com um núcleo que se destaca é a galáxia Andrômeda, que aparece bem acima da dupla de amigos. Esta é a galáxia espiral mais próxima de nós, localizada a aproximadamente 2,5 milhões de anos-luz. Além da nossa vizinha, podemos encontrar também a Galáxia do Triângulo, considerada a terceira maior membro do Grupo Local e que fica a cerca de 3 milhões de anos-luz de nós.

Domingo (7) — Nebulosa Olho de Gato

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Esta é a nebulosa Olho do Gato, considerada uma das nebulosas planetárias mais brilhantes e detalhadas que conhecemos. Ela é formada pelos gases expelidos por uma estrela quase tão massiva quanto o Sol, que está chegando ao fim de sua vida. A morte dela, com a expansão de suas camadas mais internas, pode ter criado essas estruturas esféricas, mas as partes mais internas dela ainda são um mistério para os astrônomos. Observações sugerem que a massa da estrela foi ejetada em uma sequência de pulsos, liberados em intervalos de 1.500 anos.

Este registro da nebulosa é uma composição feita a partir de uma imagem do telescópio espacial Hubble aprimorada digitalmente, junto de dados de raios X capturados pelo telescópio Chandra. Além da beleza, essa nebulosa também nos mostra um pouco do que esperar do futuro do Sol: chegará um momento em que nosso astro ficará sem hidrogênio para realizar a fusão nuclear em seu núcleo, a qual resulta em pressão que sustenta sua estrutura. Com isso, o equilíbrio delicado que mantém nossa estrela será rompido e, com isso, ela começará a expelir suas camadas, tornando-se uma nebulosa planetária.

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Segunda-feira (8) — Filamento do Sol escapando

De tempos em tempos, parte da atmosfera do Sol “foge” para o espaço devido às mudanças do campo magnético na superfície da nossa estrela. As regiões ativas, onde há magnetismo forte, costumam apresentar manchas solares escuras e podem canalizar gases carregados, que se deslocam acompanhando o campo magnético. Por isso, o gás pode cair de volta para a superfície solar ou pode escapar, como aconteceu com o filamento registrado no vídeo acima, que mostra cerca de uma hora de atividade solar em apenas alguns segundos.

O filamento mostrado no vídeo é enorme — para comparação, observe a diferença de tamanho da Terra, que aparece no canto superior esquerdo da animação. Logo após esse filamento ser liberado, o Sol liberou mais algumas emissões que resultaram em uma grande nuvem de partículas carregadas viajando pelo Sistema Solar. Grande parte delas não atingiu a Terra, mas aquelas que vieram para cá interagiram com o campo magnético protetor do nosso planeta e, assim, criaram algumas auroras coloridas.

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Terça-feira (9) — Simulações cósmicas

O mosaico acima tem várias imagens que parecem mostrar diferentes objetos astronômicos, ma nenhuma delas é real. Quer dizer, há apenas  uma imagem verdadeira. Será que você consegue encontrá-la? As 225 fotos que formam este mosaico foram criadas para imitar aquelas que fazem parte do site Astronomy Picture of the Day, formado por imagens de objetos astronômicos selecionados por oficiais da NASA, e há até uma página que contém somente fotos “falsas”. Pode não parecer, mas simulações deste tipo são importantes para os astrônomos entenderem melhor o nosso próprio universo.

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É que, quando astrônomos e pesquisadores dão início a novos projetos para entenderem melhor as propriedades do universo, é comum que usem telescópios robóticos para fazer sequências de fotos do céu, que resultam em grandes quantidades de dados. Depois, algoritmos complexos analisam o material em busca de estrelas e galáxias para, assim, medir as propriedades delas. Uma boa forma de ensiná-los o que devem procurar é testá-los com imagens falsas, para os cientistas verificarem se conseguem identificar propriedades artificialmente inseridas.

Quarta-feira (10) — Brilho verde?

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Quando pensamos no Sol nascendo ou se pondo, é comum lembrar do céu com tons de vermelho e laranja, certo? Às vezes, pode acontecer também de o Sol nascer ou se pôr com um brilho verde em seu topo, como o que apareceu no vídeo acima após o nosso astro desaparecer completamente de vista. Este breve brilho verde não é tão comum, e sua causa gera confusão — há quem pense que a luminosidade verde é um simplesmente um brilho que "sobrou" na atmosfera após o Sol se pôr, mas a explicação do fenômeno é um pouco diferente.

Na verdade, o que acontece é que a luz atravessa a atmosfera a uma velocidade um pouquinho menor daquela que tem no vácuo. Então, a luz solar atravessa o vácuo e chega à atmosfera da Terra, que reduz sua velocidade e a refrata — essa redução depende da cor da luz, ou seja, do comprimento de onda. Geralmente, esses brilhos esverdeados não duram mais que alguns segundos e podem ser vistos com mais facilidade quando o ar está limpo, permitindo assim que mais luz do Sol poente chegue ao observador sem ser dispersada pela atmosfera.

Quinta-feira (11) — Berçário estelar

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Aqui, temos a NGC 1333, uma nebulosa de reflexão que fica a aproximadamente mil anos-luz de nós, em direção à constelação Perseus, o Perseu. Essas nebulosas recebem este nome por brilharem com a luz vinda de uma estrela, que é dispersada ou refletida pela poeira próxima. A desta imagem, por exemplo, brilha em tons azuis vindos da luz refletida por grãos de poeira interestelar. Além do brilho, a NGC 1333 é bastante conhecida também por estar no limite de uma grande nuvem molecular formadora de estrelas.

Nesta imagem, encontramos alguns detalhes curiosos da nebulosa. As regiões com luzes vermelhas vêm dos chamados objetos Herbig-Haro, formados quando jatos de gases parcialmente ionizados, emitidos por estrelas, atingem nuvens de gás e poeira próximas. Esses objetos são frequentemente encontrados nas regiões de formação estelar, e alguns deles podem ser vistos alinhados com o eixo de rotação de estrelas. A NGC 1333 tem centenas de estrelas que ainda não chegaram a 1 milhão de anos, mas a maior parte delas acaba escondida dos telescópios ópticos em função de poeira.

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Sexta-feira (12) — Galáxia do Triângulo

Esta é a galáxia M33, conhecida popularmente como Galáxia do Triângulo por estar na constelação do Triângulo. Trata-se de uma galáxia do tipo espiral que abriga cerca de 50 bilhões de estrelas, considerada também o terceiro maior membro do Grupo Local de galáxias. O grupo conta com cerca de 50 das vizinhas mais próximas da nossa galáxia, localizadas a aproximadamente 5 milhões de anos-luz de nós. A M33 tem metade do tamanho da nossa galáxia e, por isso, fica atrás somente de duas grandes "concorrentes" — a primeira é Andrômeda, considerada a maior do grupo, e a segunda, a Via Láctea.

A imagem mostra aglomerados de estrelas que brilham intensamente em azul, enquanto as áreas rosadas contêm berçários estelares, formando estrelas massivas e de vida curta. A nebulosa NGC 604 é uma dessas regiões, que se estende por aproximadamente 1.500 anos-luz. Os detalhes desta nebulosa ajudaram a esclarecer vários aspectos dos processos de formação estelar e evolução do meio interestelar e, em seu interior, há cerca de 200 estrelas jovens e massivas. A M33 tem magnitude aparente de 5,7, o que a torna um dos objetos mais distantes visíveis a olho nu — mas, claro, isso em noites de céu extremamente limpo e distante da polução luminosa.

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Fonte: APOD