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Cratera lunar gigante pode ser ainda maior do que se pensava

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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NASA/LRO/Lunar Prospector/D. Moriarty
NASA/LRO/Lunar Prospector/D. Moriarty

Parece que a bacia do Polo Sul-Aitken, a maior e mais antiga cratera lunar, é ainda mais extensa do que os cientistas pensavam. Segundo um novo estudo liderado por Hannes Bernhardt, geólogo da Universidade de Maryland, esta formação gigantesca pode ser maior do que estudos anteriores indicavam. 

Localizada no lado afastado da Lua, a bacia do Polo Sul-Aitken tem diâmetro de aproximadamente 2.500 km, cobrindo quase 25% da superfície lunar. Esta grande cratera parece ter mais de 4 bilhões de anos, ou seja, já teve tempo mais que suficiente para sofrer outros impactos que ocultaram parte da sua estrutura. 

Já o novo estudo desafia várias das ideias existentes sobre o impacto que formou a cratera e distribuiu o material ejetado. “Estamos agora um passo mais próximos de entender melhor a história e a evolução da Lua ao longo do tempo”, comentou o autor. 

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É que, até então, grande parte dos estudos sobre a cratera mostraram que ela surgiu quando um grande objeto colidiu com a Lua em ângulo oblíquo, deixando para trás uma cratera com formato oval e não circular. Neste caso, os detritos da colisão teriam se espalhado em uma só direção, se afastando do polo sul do nosso satélite natural.

Para investigar mais profundamente os detalhes do impacto, Bernhardt e os demais autores analisaram as formações geológicas na superfície da Lua hoje. Eles trabalharam com mais de 200 formações montanhosas dispersas ao redor da base da bacia, as quais poderiam ser vestígios da borda da cratera. 

Só que, após catalogar e mapear as formações, os autores notaram que elas criaram um formato bem mais circular do que o esperado. “Um formato mais redondo e circular indica que um objeto atingiu a superfície da Lua em um ângulo mais vertical, possivelmente parecido com jogar uma pedra em linha reta no chão”, explicou o autor. 

Isso implica que os detritos do impacto devem estar distribuídos de forma mais uniforme do que se pensava. “Isso significa que os astronautas [do programa] Artemis ou robôs na região do polo sul lunar podem conseguir estudar detalhadamente as rochas do fundo da crosta ou do manto lunar — materiais que teriam acesso impossível”, acrescentou. 

A análise de tais materiais é importante porque pode ajudar os cientistas a entenderem melhor a formação da Lua. Além disso, o ângulo do impacto pode também explicar algumas características estranhas desta região — por exemplo, dados da gravidade lunar por lá sugerem que a crosta na região tem densidade muito mais alta que seus arredores. 

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Earth & Planetary Science Letters.

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Fonte: UMD