Conheça o 1º cientista a conduzir seu experimento no espaço com apoio da NASA
Por Danielle Cassita • Editado por Luciana Zaramela |

A Blue Origin vai lançar a missão NS-26 nesta quinta (29), seu oitavo voo de turismo espacial, às 10h no horário de Brasília. Entre os seis tripulantes está Robert Ferl, diretor do Instituto Espacial Astraeus da Universidade da Flórida. Ele vai embarcar na cápsula do foguete New Shepard para conduzir um experimento científico durante a viagem.
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Os voos do New Shepard costumam durar 12 minutos. Pode parecer pouco, mas saiba que o tempo é suficiente para que os passageiros irem acima da Linha de Kárman, que marca o início do espaço a 100 km de altitude, e ainda curtirem alguns minutos da sensação de ausência de peso.
É aqui que entra o experimento de Ferl. Ele quer investigar os efeitos da microgravidade nas células — mais especificamente, o que acontece com seres vivos quando deixam a superfície da Terra, vão ao espaço e retornam.
Para isso, o voo vai levar oito tubos de fixação, que vão servir como ambientes seguros para as plantas que vão ser monitoradas no experimento. A ideia é que dois sejam ativados antes do voo, dois durante e depois depois que o booster do foguete liberar a cápsula no espaço, proporcionando os efeitos da microgravidade.
Outros dois tubos vão ser ativados antes da reentrada na atmosfera, e finalmente, os dois últimos entram em ação quando a tripulação tocar o solo. “Isso vai nos dar a habilidade de coletar amostras das quatro partes mais críticas doo regime de voo para entender a transição que a biologia sofre no nível molecular nas várias partes do voo”, explicou Ferl.
Enquanto ele está a bordo da cápsula, seus colegas em solo vão monitorar em tempo real a atividade das células. A iniciativa foi apoiada pela NASA, marcando a primeira vez que a agência espacial fornece fundos para um experimento que permite que o cientista realize o procedimento no espaço, ao invés de um astronauta profissional.
Vários experimentos de cultivo de plantas fora da Terra já foram conduzidos na Estação Espacial Internacional e em ônibus espaciais. A diferença é que, pela primeira vez, os pesquisadores vão verificar como as plantas respondem à transição de um ambiente terrestre para o espacial.
“Estes voos suborbitais nos permitem entender como as plantas respondem à transição antes de se ajustarem completamente”, disse Anna-Lisa Paul, diretora do Centro Interdisciplinar de Pesquisa em Biotecnologia da Universidade da Flórida.
Voo espacial da Blue Origin
Além de Ferl, a tripulação da NS-26 conta também com a filantropa e empreendedora Nicolina Elrick, o empresário Eugene Grin, o cardiologista Eiman Jahangir, a estudante Karsen Kitchen e o empreendedor Ephraim Rabin.
Kitchen, de 21 anos, vai se tornar a mulher mais jovem a cruzar a Linha de Kárman. No entanto, nem todos a consideram a mais jovem a ir ao espaço: Anastatia Mayers, de 18 anos, conseguiu o feito em 2023 durante um voo da Virgin Galactic.
O lançamento vai acontecer no espaçoporto da empresa no oeste do Texas. Para acompanhar, é só acessar o site da Blue Origin.
Fonte: abcNews