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Como um planeta rochoso poderia "expulsar" a Terra do Sistema Solar

Por| Editado por Patricia Gnipper | 07 de Março de 2023 às 14h21

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maxxyustas/Envato
maxxyustas/Envato

Um planeta rochoso entre Marte e Júpiter poderia afetar tanto a estabilidade do Sistema Solar que acabaria “expulsando” Mercúrio, Vênus e até a Terra, aniquilando a vida em nosso planeta. É o que mostrou um experimento realizado pelo astrofísico Stephen Kane, da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.

O experimento foi realizado para abordar duas lacunas na ciência planetária. Uma delas envolve o tamanho dos planetas no Sistema Solar: o maior planeta rochoso por aqui é a Terra, e o menor gigante gasoso é Netuno, sem nenhum intermediário entre eles. Kane explica que, em outros sistemas estelares, esta lacuna é preenchida pelas chamadas “superterras”, os planetas com massa intermediária entre estes tipos.

A outra envolve a localização entre Marte e Júpiter em relação ao Sol. “Os cientistas planetários sempre desejaram que existisse alguma coisa entre os dois planetas, porque parece espaço desperdiçado”, disse. Juntas, estas características podem revelar informações importantes sobre a arquitetura do Sistema Solar e até sobre a evolução da Terra.

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Assim, para preencher as lacunas, Kane realizou simulações computacionais que colocaram um planeta entre Marte e Júpiter com diferentes massas, e observou os efeitos nas órbitas dos demais mundos do Sistema Solar. O resultado? Bem, o tal planeta causaria um verdadeiro desastre em grande parte do nosso “quintal espacial”.

“Este planeta fictício dá uma cutucada em Júpiter que é suficiente para desestabilizar todo o resto”, explicou Kane. Júpiter tem 318 vezes a massa da Terra e exerce forte influência gravitacional em nosso sistema; portanto, se uma superterra, uma estrela ou algum outro objeto causasse uma pequena perturbação na gravidade do gigante gasoso, os outros planetas seriam profundamente afetados.

Dependendo da massa e de onde esta superterra estivesse, ela poderia muito bem “expulsar” Mercúrio, Vênus e até a Terra do nosso sistema — a órbita da Terra poderia mudar tanto que nosso planeta acabaria muito menos habitável do que é hoje. Este planeta fictício poderia, ainda, afetar a estabilidade das órbitas de Urano e Netuno, lançando-os para o espaço.

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Se ele tivesse simulado o planeta com massa menor e o posicionado exatamente entre Marte e Júpiter, este mundo poderia até se manter estável por um longo tempo; contudo, assim que acontecesse algum pequeno movimento, a estabilidade acabaria perdida. “Apesar de muitos astrônomos quererem este planeta extra, é bom que ele não exista”, acrescentou Kane.

Por fim, ele observa que o estudo traz implicações para a habitabilidade em exoplanetas, os mundos que orbitam outras estrelas. Embora os planetas gigantes gasosos ocorram em apenas 10% das estrelas, a presença deles pode determinar se mundos "irmãos" da Terra ou até as superterras têm órbitas estáveis.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista The Planetary Science Journal.

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Fonte: Planetary Science Journal; Via: UCR