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Cometa pode escapar do Sistema Solar por culpa de Saturno

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NASA, ESA/A. Simon/M.H. Wong/OPAL team
NASA, ESA/A. Simon/M.H. Wong/OPAL team

Um cometa foi descoberto em junho, mas há algo em sua velocidade que está intrigando astrônomos. Chamado A117uUD (A117uUD), o objeto se move a quase 10.800 km/h, e parece ter alcançado esta velocidade após se aproximar de Saturno

O cometa foi encontrado pelo levantamento ATLAS (sigla de Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System). Depois, pesquisadores usaram 142 observações dele para reconstituir sua órbita ao redor do Sol, e descobriram que o objeto visitou o gigante gasoso em 2022. 

O encontro o colocou em uma trajetória tão elíptica que ele deve acabar no espaço interestelar, ou seja, fora da influência do Sol. Com a ajuda de modelos, pesquisadores descobriram que o cometa deve deixar nosso sistema enquanto se move a 10.800 km/h, o equivalente a 4,5 vezes a velocidade de um caça F-16.

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Em um novo artigo, os pesquisadores investigam o que pode ter acelerado tanto o cometa. Até o momento, o cometa 2I/Borisov e 'Oumuamua são os únicos objetos interestelares conhecidos que estiveram no Sistema Solar; é possível que o cometa em questão seja o terceiro. 

No entanto, esta não parece ser a explicação. “Nossos resultados mostram que o caso do cometa A117uUD é semelhante ao do C/1980 E1 (Bowell), desfavorecendo uma origem extrassolar para o A117uUD", escreveu a equipe. Eles se referiram ao cometa C/1980 E1 (Bowell), que entrou em uma trajetória de escape do Sistema Solar após um encontro com Júpiter em 1980. 

Quando um objeto pequeno se aproxima de um planeta, ocorre transferência de momento angular do planeta ao objeto. Por um lado, isso desacelera levemente a órbita do planeta; por outro, o objeto menor recebe um belo impulso de velocidade, que pode ser o cenário por trás da velocidade de A117uUD.

O encontro entre A117uUD e Saturno mudou tanto a órbita do cometa que os cientistas não conseguiram reconstituir sua trajetória antes da visita. “O fato de que duas ejeções após encontros planetários foram observadas em menos de 45 anos sugerem que estes eventos são relativamente frequentes”, finalizaram os autores.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista AAS.

Fonte: AAS, Space.com